Vacinados, mas sem ‘queimar máscaras’: entenda como imunizados podem pegar covid

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Vacinados, mas sem 'queimar máscaras': entenda como imunizados podem pegar covid

(Na Bahia, pouco mais de 2,2% da população tomou as duas doses da vacina contra a covid-19 (Foto: Nara Gentil/CORREIO))

Quem tomou as duas doses ainda pode transmitir a doença; exemplo do Chile liga alerta no Brasil para manter protocolos de segurança contra o coronavírus

Antes de sair de casa para trabalhar, o administrador de empresas Júnior Lopes, 52 anos, borrifou o perfume. Mas foi como se não tivesse feito: não sentiu nada. Ele entendeu na hora – a perda de olfato, assim como do paladar, é um dos sintomas clássicos da covid-19. Só que Júnior, funcionário de um abrigo de idosos, já tinha sido vacinado.

O sintoma veio exatamente 14 dias depois de ter tomado a segunda dose, no dia 19 de fevereiro. Dias antes, sua mãe havia testado positivo. “O resultado dela saiu no dia 9 e a gente convivia muito. No dia 10 de março, eu fiz o exame. No dia 11, recebi o positivo. Só tive dois sintomas: perda de olfato e do paladar”, conta.

Além de ter sido um quadro leve, não durou muito tempo. Em menos de uma semana, Júnior já tinha voltado a sentir cheiros e gostos.

“Sabia que podia acontecer porque, desde o começo, procurei me informar. Acredito que, graças à vacina, não tive nada mais grave”, diz.

Júnior não foi o único a ter covid-19 depois de ser imunizado. Inclusive, à medida que mais pessoas forem sendo vacinadas na Bahia, é possível que relatos como o dele sejam ainda mais comuns. Esse é um cenário esperado, diante do estágio da pandemia que o Brasil vive hoje e também do tipo de vacinas que estão sendo usadas no Programa Nacional de Imunização.

Leia a entrevista completa com Rafael Dhalia: ‘Você não vira super-homem depois de vacinado’, diz pesquisador da Fiocruz especialista em desenvolvimento de vacinas

Ao mesmo tempo que a imunização é a única saída para a pandemia, ela não é uma garantia total de que ninguém mais vai ter covid-19. Médicos alertam que não é como se, de repente, a pessoa imunizada ganhasse um escudo contra o vírus e pudesse sair aglomerando ou queimando máscaras por aí.

“Esse vírus chegou, se adaptou muito bem e não vai desaparecer. A gente vai conviver com ele por muito tempo. Tem vacina que tem uma proteção maior, uma eficácia maior. Mas uma pessoa vacinada pode ser, sim, infectada, e pode transmitir para outras pessoas”, pondera a virologista Andréa Gusmão, doutora em Ciências Médicas e professora da UniFTC e da Ufba. 

Alguns cientistas até já se preocupam com um possível aumento de casos, se muita gente deixar de tomar os já conhecidos cuidados contra a covid-19, como a higienização das mãos, o uso de máscaras e o distanciamento social.

É por isso que o exemplo do Chile é tão emblemático. O país ocupa o terceiro lugar no ranking dos que mais vacinaram sua população (mais de 40%) – só fica atrás de Israel e Reino Unido, que já imunizaram 61% e 46% de seus habitantes, respectivamente, de acordo com o levantamento Our World in Data, da Universidade de Oxford.

Contudo, o Chile enfrenta uma alta de casos de covid-19 nas últimas semanas. Especialistas atribuem esse cenário, principalmente, à flexibilização das medidas de restrição antes da hora e a uma comunicação oficial inadequada, que não preveniu sobre a importância de manter os protocolos de segurança mesmo depois de receber os imunizantes.

Tempo da resposta
Na semana passada, a morte do cantor Aguinaldo Timóteo, aos 84 anos, por covid-19, provocou um debate sobre o tema. Ele tinha tomado a segunda dose da vacina dois dias antes de ser internado com a doença. Só que o tempo para a internação sugere que Aguinaldo foi infectado antes mesmo de completar a vacinação. E, após a segunda dose, ainda não teria dado tempo para ser considerado imunizado.

Uma dose da vacina não é suficiente para evitar a infecção, como reforça a infectologista Tatiana Melendez, professora do curso de Medicina da Unifacs.

“As pessoas acham que uma dose dá algum tipo de segurança, mas, na realidade, não. Além disso, a vacina vai diminuir a chance de você ficar doente e ir para a UTI, mas nenhuma delas te dá proteção 100%”, afirma. 

Não basta tomar a segunda dose e acreditar que está automaticamente protegido. É preciso esperar pelo menos duas semanas, em média, depois da segunda dose para desenvolver a própria resposta imune. Isso se a vacina for a Coronavac, que, até o momento, é a que a maioria das pessoas recebeu. No entanto, de acordo com o Instituto Butantan, uma quantidade maior de anticorpos é registrada após um mês da segunda dose.

Se a vacina tomada for a de Oxford/AstraZeneca, o tempo obrigatório é ainda maior: 21 dias. Em todos os cenários, porém, especialistas reforçam que algumas pessoas podem levar mais tempo do que outras, já que cada um responde de um jeito.

Ainda hoje, não dá para afirmar quem vai desenvolver um quadro grave da doença e quem não vai. Embora os fatores de risco – como as comorbidades – ajudem a nortear os pesquisadores e os profissionais de saúde, nem sempre há uma regra.

Para a virologista Andréa Gusmão, da UniFTC e da Ufba, os cientistas ainda estão ‘montando um quebra-cabeças’. “O sistema imunológico é muito individualizado e a gente está vendo isso desde o começo da pandemia. Mesmo antes da vacina, havia casos de pessoas mais jovens evoluindo com mais gravidade e pessoas mais idosas assintomáticas”, diz.

Cuidados
Daí a importância de manter os cuidados de prevenção, mesmo depois da imunização, como explica o biólogo Rafael Dhalia, doutor em Biologia Molecular e especialista em desenvolvimento de vacinas de DNA na Fiocruz de Pernambuco. Ele reforça que a vacina não é um ‘passaporte’ para uma vida como antes.

“Você não vira um super-homem depois de vacinado”, afirma. “Temos que tomar cuidado até que esse vírus deixe de circular ou circule muito pouco. Diminuir os cuidados, só depois de atingir a imunidade de rebanho, porque o risco será bem menor tanto de forma individual quanto coletiva”, completa. 

No mês passado, o  estudante de Medicina José William Oliveira, 26, viu a avó, de 89 anos, testar positivo para a covid-19 entre as duas doses da vacina. A tia dele, que morava com a avó, também teve a doença na mesma época. Sem ter tomado a vacina ainda, morreu no dia 15 de março.

A avó de José, contudo, ficou assintomática. A família só soube do resultado positivo porque decidiu fazer o teste depois da doença da tia. “A gente não pode excluir a possibilidade de a Coronavac ter permitido minha avó testar positivo, ter a filha falecida e, mesmo assim, não ter nenhum sinal de infecção, a não ser o (teste) PCR”, diz.

Hoje, ela continua com ainda mais cuidados. Até as consultas são feitas apenas por telemedicina. “Essa é a forma que a gente vai levar até o fim da pandemia. Já estava assim e o vírus conseguiu chegar lá, então agora a gente está fazendo o dobro de esforço pra não sair”.

O administrador Júnior Lopes, 52, também não pretende baixar a guarda. Apesar de ter tido sintomas leves da covid-19, ele perdeu a mãe para a doença no dia 16 de março. Ela ainda não tinha sido vacinada. A primeira dose para os idosos com essa idade começou a ser oferecida em Salvador poucos dias depois, no dia 23 de março. “Mais uma semana e seria a vez dela”, lamenta.

Em casa e no trabalho, a rotina segue igual. Não aliviou no uso de máscaras, nem na higienização das mãos.

“Não dou sorte para o azar, até porque estou saindo para trabalhar e tenho que ter cuidado com minha esposa, minha família. Minhas farras são em casa, meus barzinhos são em casa, minhas festas são em casa. Não quero morrer agora. Tenho muita vida pela frente”, afirma. 

Níveis de exposição
Os lugares que uma pessoa frequenta e o quanto ela se preserva vão definir os chamados níveis de exposição. Essas circunstâncias são importantes até para os estudos que autorizaram as vacinas, porque eles foram feitos com níveis específicos – não só dos participantes dos testes em si, mas das comunidades em geral. Por isso, como explica o estatístico Leonardo Bastos, doutor em Estatística e pesquisador do Programa de Computação Científica da Fiocruz Rio de Janeiro, há uma preocupação com grupos de risco, como os idosos.

Boa parte da população idosa ficou em casa ao longo do último ano, o que diminuiu as possibilidades de passarem por situações em que seriam infectadas. Assim, uma pessoa idosa, depois de tomar a Coronavac, por exemplo, vai reduzir as próprias chances de ter o coronavírus pela metade – essa é justamente a eficácia do imunizante, que fica em torno de 50%. Essa semana, o Instituto Butantan até anunciou que a eficácia chegou a 73,8% em 20 mil profissionais de saúde do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).

“Mas se, ao tomar a vacina, a pessoa começa a dizer que vai queimar a máscara e voltar a fazer tudo que não pode, vai haver uma mudança. O risco dela é da metade de uma pessoa não vacinada, mas se ela se expõe demais, pode continuar tendo um risco muito alto, enquanto antes da vacina, esse risco não existia. Portanto, não seria pela vacina, mas pelo nível de exposição”, explica Bastos, que é professor do programa de pós-graduação em Epidemiologia da Fiocruz/RJ e membro do Observatório Covid-19 BR. 

Pode acontecer o chamado efeito social – nesse contexto, equivaleria a quando a pessoa toma a segunda dose e relaxa. Não é impossível que, com isso, ocorra até mesmo um aumento de hospitalizações e mortes em alguns grupos vacinados. Mas, ainda que não cresçam, com vacinas como a Coronavac e a AstraZeneca, não é possível eliminar a circulação.

“Mas vai diminuir bastante as hospitalizações, que é o foco do momento. Para eliminar o vírus, precisaríamos de vacinas com cobertura maior. O foco hoje é desafogar o sistema de saúde”, pondera.

Ainda não dá para mensurar se isso já tem acontecido, mas a infectologista Tatiana Melendez, da Unifacs, conta que já é possível perceber a mudança de comportamento nos atendimentos.

“Já é algo que temos visto nos pacientes. Existe uma falsa crença de que ‘tomei vacina e fiquei livre’, mas é preciso haver uma propaganda direcionada. Tem que dizer que quem tomou vacina precisa ter distanciamento, até porque a vacina só vai ajudar com uma cobertura grande e estamos muito longe disso”, diz.

Exemplos de fora
É mais ou menos o que tem havido no Chile. Na última quinta-feira (8), o país registrou um recorde: foram 8.195 novos casos de covid-19, o maior número desde o começo da pandemia. Entre cientistas chilenos, é comum a avaliação de que o governo do país não divulgou o suficiente que, mesmo com a vacinação, os cuidados deveriam continuar.

Para completar, desde o fim do ano passado, houve seguidas flexibilizações, como o retorno de aulas presenciais e a abertura de shoppings. No fim de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou a situação do Chile como um exemplo de que não basta vacinar.

“Depois das vacinas, há quem deixe de cumprir medidas como o distanciamento físico, higienização das mãos, ventilação ou evitar lugares lotados. Tudo isso tem que continuar, junto com a vacinação”, defendeu a epidemiologista Maria Van Kerkhove, líder técnica de resposta à covid na OMS, na ocasião. 

Enquanto isso, Israel, o país que mais vacinou, tem atingido os menores índices de infecção, desde o começo da pandemia. Além de usar a vacina da Pfizer – que tem eficácia de mais de 90% – o país manteve um rígido lockdown nas primeiras semanas deste ano, ao mesmo tempo em que promovia a imunização. No Chile, a maior parte da população recebeu a Coronavac – pouco mais de 87% das doses -, enquanto 12,9% das pessoas foram imunizadas com a Pfizer.

Para o pesquisador Leonardo Bastos, da Fiocruz/RJ e do Observatório Covid-19, o Brasil pode tirar lições dos dois contextos. “Se a gente tivesse uma boa comunicação aqui, do tipo, ‘olha, depois da vacina, segura sua onda’, se isso estivesse sendo bem feito, não seria uma preocupação no momento. A gente pode culpar parte desse repique no Chile a uma menor eficácia da vacina (Coronavac), mas também tem um comportamento que não é muito diferente dos países latinos, do Brasil”, analisa.

Mais eficazes
Mas quando o ambiente será seguro o suficiente para andar sem tantas preocupações por aí? De forma simplificada, a resposta é uma só: quando houver um percentual alto de imunizados na população. Esse índice, porém, pode variar de acordo com o tipo das vacinas disponíveis. Por isso, é tão importante entender a eficácia dos imunizantes usados atualmente.

A chave para entender esse cálculo é imaginar qual seria a incidência da doença se não houvesse vacina, como explica o pesquisador Paulo Nadanovsky, associado ao Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde da Fiocruz.

“Essa é a taxa base, quantas pessoas vão adoecer se não tiver a vacina. Esse número depende do quanto as pessoas  encontram umas às outras, o quanto há de aglomeração”, diz ele, que é professor titular do Departamento de Epidemiologia do Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). 

Vamos imaginar que, em uma determinada comunidade, 5% de uma população de 100 mil pessoas adoeça por covid-19 sem vacina – ou seja, cinco mil indivíduos. Se essas mesmas pessoas forem vacinadas com um imunizante que tem 50% de eficácia, ao invés de cinco mil infectados, serão 2,5 mil doentes ali.

A taxa base pode mudar, com variantes mais transmissíveis, se houver mais flexibilização, como aglomerações, ou mesmo maior número de encontros, se as pessoas começarem a se sentir mais à vontade, por estarem vacinadas. “Fica uma situação paradoxal, porque a gente quer a vacina para diminuir o que a gente tem. Mas a gente tem os problemas que tem já tomando os cuidados”, enfatiza Nadanovsky.

O professor calculou projeções de como podem aumentar os números de casos, se houver uma flexibilização diante da vacina, em um cenário como o da Nova Zelândia e um como o do Brasil.

Na Nova Zelândia, que adotou uma política de eliminação da transmissão comunitária e praticamente já leva uma vida normal, foram pouco mais de três mil casos de covid-19 em 2020. No entanto, o país, que ainda mantém fronteiras fechadas, estuda flexibilizar a entrada de estrangeiros também.

“Se isso acontecesse de forma controlada e a circulação do vírus chegasse a 15% da população em 2021, mesmo com uma vacina de 95% de eficácia, você teria 30 mil neozelandeses infectados em 2021. É uma situação paradoxal porque, em 2020, só foram três mil casos, sem vacina e fechamento total do país”, cita. 

No Brasil, o cenário também poderia ser dramático. Em 2020, houve uma incidência de 4% de casos de covid-19 na população brasileira (mais de 5 milhões de infectados). Com flexibilização muito maior e mais aglomeração, é possível chegar a 15% de ocorrência em 2021. Isso levaria a mais de 30 milhões de casos de covid-19, mesmo com a vacina.

“A imunidade não é um interruptor. Ela é mais como um dimmer”, diz, referindo-se ao dispositivo que vai aumentando ou diminuindo a intensidade da luminosidade em um ambiente. “Com o tempo, com novas rodadas de vacinação, com as pessoas que se infectaram naturalmente, começa a ir aumentando a imunidade até a gente chegar no momento em que vai ser ok. A vacina é uma ajuda para o nosso sistema imune, mas ele sozinho não dá conta”, reforça.

Nenhuma vacina, entre todas que já foram produzidas na história, conseguiu alcançar uma eficácia total. Por isso, o biólogo Rafael Dhalia, da Fiocruz Pernambuco, defende que continuar se preservando é um ‘ato de solidariedade’. De acordo com ele, a imunidade de rebanho só deve ser alcançada quando 70% da população for receber o imunizante.

“Vacina não é uma medida de proteção individual. Por si só, é uma medida de proteção coletiva. Ou seja, a gente só vai estar seguro quando a população estiver segura, não apenas o indivíduo”, reforça Dhalia. 

Variantes
Ainda há muita incerteza também quanto ao desempenho das vacinas com as novas variantes do coronavírus, como a do Reino Unido (B.1.1.7.) e a de Manaus (P.1). Esta semana, cientistas anunciaram que a Coronavac é eficaz contra a P1. No entanto, na última quarta-feira (7), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse estar preocupado com uma cepa encontrada em Sorocaba (SP), no fim de março.

Essa linhagem seria semelhante à variante da África do Sul e teria mais resistência aos anticorpos produzidos pelos imunizantes. Um estudo conduzido por pesquisadores sul-africanos já tinha identificado uma queda na proteção da vacina de Oxford/AstraZeneca diante da variante que surgiu no país.

“A gente já esperava que essas mutações fossem acontecer, porque o Sars-Cov-2 é um vírus RNA. Eles têm uma taxa de mutação maior do que os vírus DNA. Se há uma mudança na proteína spike, vai gerar outra resposta imune, então, pessoas que já tiveram a doença podem se reinfectar com essa nova cepa”, explica a virologista Andréa Gusmão, da UniFTC e da Ufba.

Nesse caso, algumas plataformas de vacinas podem ser mais afetadas pelas mutações do que outras. A vacina de Oxford/AstraZeneca traz apenas um pedaço do material genético do coronavírus – a parte da proteína spike – dentro de um adenovírus modificado. Já a Coronavac tem um vírus inteiro inativado.

Atrasar ou não tomar a segunda dose significa que a pessoa não foi imunizada
Só em Salvador, mais de 3,5 mil pessoas não voltaram para tomar a segunda dose da vacina contra a covid-19. Até o momento, todos os imunizantes usados no Brasil são compostos por duas etapas de vacinação.

Só que, como alerta a infectologista Adielma Nizarala, da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), enquanto a pessoa não cumprir as duas doses signfica que ela não foi imunizada. Mesmo com atraso, a vacinação deve ser feita assim que for possível.

“E, para a população em geral, o risco, se as pessoas começarem a não completar seu esquema vacinal, é que o vírus vai continuar circulando. Ou seja, a imunidade de rebanho não vai ser alcançada”, reforça. 

Para tentar recuperar os ‘faltosos’, a SMS tem feito campanhas de conscientização sobre a importância do retorno. Outra estratégia também tem sido fazer convocações, através de mensagens SMS, para que essas pessoas voltem aos postos de saúde.

Além disso, há alguns cuidados que devem ser tomados para a imunização. Um deles é que, a partir desta segunda-feira (12), terá início a campanha de vacinação contra a gripe. No entanto, é preciso esperar pelo menos 14 dias entre uma vacina e outra.

“O sistema imune precisa de um tempo para responder e produzir os anticorpos protetores”, explica a virologista Andréa Gusmão, professora da UniFTC e da Ufba.

A campanha da gripe, que segue a orientação do cronograma nacional, começará com crianças entre seis meses e seis anos, gestantes, puérperas (mulheres que estão no período de até 45 dias do parto), trabalhadores de saúde e povos indígenas.

Há, ainda, outra recomendação importante: a de evitar o consumo de bebidas alcoólicas por pelo menos 15 dias depois de receber cada uma das doses da vacina contra a covid-19.

“O álcool é metabolizado no fígado e isso pode interferir no desenvolvimento de uma resposta imune protetora. Imagine que o corpo está recebendo uma carga de antígenos que vão precisar ser metabolizados e o álcool pode interferir de forma negativa, comprometendo proteínas que poderiam ser sintetizadas pelo fígado”, completa a virologista. Por Thaís Borges / Redebahia *Colaborou Vinícius Nascimento.