União Progressista: a ‘superfederação’ que pode redefinir o jogo político em 2026

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Aliança entre União Brasil e Progressistas cria maior bancada da Câmara e promete impacto nas eleições

Federação foi lançada na tarde desta terça-feira – Foto: Alan Alex (PainelPolitico)

Na tarde desta terça-feira (29), o cenário político brasileiro ganhou um novo capítulo com o anúncio oficial da federação partidária entre o União Brasil e o Progressistas (PP). Batizada de União Progressista, a aliança promete ser um divisor de águas na política nacional, reunindo a maior bancada de deputados federais, o maior número de prefeitos e a maior fatia de recursos públicos para campanhas eleitorais. Com registro previsto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nos próximos meses, a federação já se posiciona como uma força dominante para as eleições de 2026.

O evento de lançamento, realizado no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, contou com a presença de figuras de peso, como o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), cuja pré-candidatura à Presidência em 2026 foi um dos destaques do dia.

Lideranças da oposição, como o senador Rogério Marinho (PL-RN) e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também marcaram presença, sinalizando a atenção que a nova federação desperta no tabuleiro político.

Um gigante político em números

A União Progressista não é chamada de “superfederação” à toa. Com 109 deputados federais, a aliança terá a maior bancada da Câmara, além de 14 senadores, empatando com as maiores forças do Senado. A federação também lidera em número de prefeitos, com quase 1,4 mil administrações municipais, e comanda seis estados com governadores aliados. Em termos financeiros, a União Progressista terá acesso a cerca de R$ 953,8 milhões do fundo eleitoral e R$ 197,6 milhões do fundo partidário, valores baseados na distribuição de 2024, superando todos os outros partidos.

Esses números posicionam a federação como uma potência capaz de influenciar profundamente as disputas eleitorais. “Em 2026, vamos ganhar as eleições no país e vamos subir a rampa do Palácio do Planalto”, declarou Ronaldo Caiado, em discurso aplaudido durante o evento. A fala reforça a ambição da aliança de não apenas participar, mas liderar o cenário político nacional.

Objetivos e desafios da Aliança

No manifesto lido pelos presidentes do PP, Ciro Nogueira, e do União Brasil, Antonio de Rueda, a União Progressista se apresenta com uma agenda focada em responsabilidade fiscal e responsabilidade social. O documento defende um “choque de prosperidade” com medidas econômicas e regulatórias para tornar o Brasil mais competitivo globalmente. “Um choque que destrave o país. Um choque que liberte o Brasil de suas amarras”, destaca o texto.

Apesar da união, a federação enfrenta desafios internos. Nos próximos meses, as siglas trabalharão na elaboração do estatuto da aliança, que definirá a divisão de comando e as instâncias decisórias. Inicialmente, a presidência será compartilhada entre Rueda e Nogueira, mas em dezembro de 2025 um líder único será escolhido. Além disso, a federação precisará alinhar posições sobre temas sensíveis, como o eventual apoio ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a estratégia para 2026, incluindo a possível candidatura de Caiado ao Planalto.

O modelo das Federações Partidárias

Diferentemente das coligações tradicionais, as federações partidárias exigem que as siglas atuem como uma única entidade por, pelo menos, quatro anos, com alinhamento em candidaturas e estratégias de campanha. Essa união estratégica fortalece a influência política e financeira dos partidos envolvidos, mas também demanda negociações complexas para harmonizar interesses. O registro da União Progressista no TSE, após a aprovação do estatuto em convenções partidárias, será o próximo passo para formalizar a aliança.

Impacto no cenário político

A criação da União Progressista é vista com atenção por outros partidos, que tentam antecipar o impacto da federação nas eleições de 2026. A aliança não apenas consolida o poder de União Brasil e PP, mas também pode redefinir alianças e estratégias de campanha em todo o país. A presença de lideranças da oposição no evento de lançamento indica que a superfederação será um fator determinante no xadrez político dos próximos anos.

Com uma estrutura robusta e recursos financeiros expressivos, a União Progressista surge como uma força capaz de moldar o futuro da política brasileira. Resta saber como a federação navegará pelos desafios internos e externos para transformar sua potência em resultados concretos nas urnas. Por Alan.Alex / Painel Político

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