Não se trata de ritmo de música, mas é o compasso em que os dois se encontram, ou se desencontram, no Palácio do Planalto. Ele pensa que ela o bloqueia; ela pensa que ele o blinda. E os dois se veem numa situação inusitada – por que o vice é hostil? Itamar Franco o foi, como é conhecida a história de sua época.
Este Editorial não é pejorativo. Nenhuma intenção de desmerecer a ela ou a ele. Apenas o mote de dizer que é difícil a convivência entre aquele que comanda e aquele que é comandado. Numa empresa, o anuir entre quem exige ou determina que a norma seja cumprida e quem vai executá-la pode chegar às turras. Não é fácil um momento assim. Fora desse paralelo, como num casamento que não dá certo, ambos têm ótimas qualidades. Juntas é que elas não se ajustam.
Interpretando, esse é o panorama da doutora Dilma e do senhor Michel Temer, homem maior do PMDB, partido ‘poderoso’ na Nação, que vive situações conturbadas.
O comentário nacional, com nomes fugidios para este momento, interpreta que, nos três anos que restam para fechar o período deste Governo, não fica crível que a corda continue bamba como está – ou se endireita ou se quebra.
Esperemos um balancê mais ajustável, para que ela não venha a desequilibrar a Nação. Este texto parece coisa de poeta, mas é uma realidade, e – em não se tratando de ficção poética – temos a dizer que os rumos se aprumem para soerguer o prédio que pode ruir. Chamem o mestre de obra, com muita experiência; o engenheiro não conseguiu ajustar o seu capacete.
São duas facetas – a dele, de costurar os caminhos entre todos os que transitam no Congresso Nacional; e a dela, de se impor, de mostrar seu direito de mando obtido pelo voto, mas faltam a vez de um e a vez do outro. Parece que os dois ‘metem a mão na cumbuca no mesmo momento’. Uma de cada vez, por que o local não suporta tantos dedos simultâneos.
Os dois não se dão as mãos, ou dois bicudos não se beijam, num linguagem popular diversa do padrão culto. Que fique a imagem apenas do falar regional.
É sabido de todos que o vice (seria autoritário e teimoso?) deixou o comando da articulação política, e ela se atém a dar as ordens para toda a sua cúpula – até ministro é chamado para reajustar as coisas que não andam bem.
Veja, na edição de 02/09/2015, nº 35, páginas 44 a 47, alega que Temer está magoado, e Dilma, insatisfeita, visão que se depreende do excelente texto jornalístico. O restante de tudo é esperar que o Brasil volte aos trilhos de uma locomotiva segura e tranquila. Mas… “Era como se existisse um governo Temer e outro governo Dilma”, diz um auxiliar palaciano. Palavras de Veja. Esta é a razão pela qual este Editorial, na sua função de comunicar, faz uso deste título, que combina com outras notícias paralelas, divulgadas neste e em outros jornais do Brasil afora.