Transtorno desafiador opositivo

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Vivemos em tempos difíceis. Nestas duas gerações anteriores (desde 1970), principalmente no mundo ocidental, vimos ocorrer drásticas mudanças de comportamentos sociais.

Todavia, nem todas as mudanças tiveram bons efeitos.  Cobraram um preço muito alto pelo aumento da quantidade, com a queda de qualidade de vida das pessoas. Entretanto, o mal maior ficou instalado na área social, onde o convívio com outras pessoas se tornou uma problemática praticamente insolúvel.

A falta de um diálogo racional, honesto e responsável, onde a diferença entre um fato (acontecimento real) e uma opinião (pensamento/sentimento pessoal) se mistura como se fossem a mesma coisa, torna a convivência entre pessoas uma utopia desejada, mas não realizada.

O resultado dessa carência torna o mundo recheado de pessoas narcisistas; pessoas que, no fundo, pressentem que está faltando algo não definível no cotidiano, mas, por defesa própria, responsabilizam somente os outros pelo seu envolvimento na situação, numa isenção total que beira o absurdo.

A falta de objetividade, de propósito e de motivação nobre deixa o nosso mundo repleto de pessoas com vidas vazias.

Os transtornos múltiplos encontrados entre os jovens e alguns adultos têm causa emocional com base cognitiva.

O Transtorno Desafiador Opositivo: é caracterizado como um padrão persistente de comportamentos negativistas, hostis, desafiadores e desobedientes observados nas interações sociais da criança ou adolescentes (e até em adultos emocionalmente infantis) com outras pessoas adultas e figuras de autoridade de forma geral como pais, tios, avós e professores.

Os principais sintomas são: perda frequente da paciência, discussões com adultos, desafio e recusa em obedecer a solicitações ou regras, perturbação e impaciência com as pessoas, chegando a responsabilizá-las por seus erros ou mau comportamento.

Fica aborrecido com facilidade e comumente se apresenta enraivecido, irritado e ressentido, mostrando-se rancoroso. Pode apresentar ideias de vingança.

Os sintomas aparecem em vários ambientes, entretanto, é em casa e na escola, onde mais causam prejuízos significativos na vida social. É importante observar que no TDO não há (ainda) sérias violações de normas sociais gerais ou do direito alheio.

O desempenho escolar normalmente fica comprometido e reprovações escolares são frequentes, pois não participam de atividades de grupo, recusam-se a pedir ou aceitar ajuda de professores ou colegas e querem sempre solucionar seus problemas sozinhos.

O tratamento indicado é a terapia individual dirigida combinada com a terapia grupal, onde é enfatizada a necessidade de compartilhar experiências socialmente com outras pessoas, até o paciente compreender que ele não é uma “ilha” isolada na comunidade.

Quando não tratado o TDO, pode ser considerado como um antecedente para uma etapa mais grave, o Transtorno de Conduta.

*Carlos Magno Perin é PhD em Terapia Cognitiva Comportamental e Inteligência Emocional.

1 COMENTÁRIO

  1. Oi Monica, eu sei como é. Mas no meu caso é diferente porque além de não ter empregada, mudei de país. Minha dica para você é não ficar o tempo todo em casa. Não é porque não sai para trabalhar, que não pode sair, né? Nós mulheres estamos sempre abrindo mão de alguma coisa importante quando temos filhos. A dureza é essa. Então aproveita que não passa mais 14 horas trabalhando e vá encontrar com amigos, fazer um curso, ficar mais perto da sua família. (não só seus filhos) Eu sei como é difícil sair do piloto automático de acordar cedo e ir pro trabalho, mas você ainda está novata nisso, é assim mesmo. Se entrega nessa fase com a mesma energia que tinha para trabalhar as 14h, tenho certeza que vai conseguir agitar bastante. E depois o dinheiro vem. O que adianta ter dinheiro e não ter tempo para os filhos e os amigos, não é? Beijo e boa sorte!

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