Transição: governo deixa despesa de R$ 500 bi na conta de luz

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Segundo equipe de Lula, gastos realizados pela atual gestão podem ser repassados ao consumidor na conta de luz nos próximos governos

Foto clorida de coletiva da equipe de transição no CCBBDeborah Hana Cardoso/Metrópoles
Integrantes do grupo de trabalho (GT) de Minas e Energia afirmaram, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (8/12), que o novo governo deverá herdar quase R$ 500 bilhões em impactos financeiros. Segundo Aloizio Mercadante, coordenador dos Grupos Técnicos da Transição, a conta será paga pelo consumidor de energia elétrica nos próximos anos.

“Esse passivo irá direto para as contas de energia do consumidor. Isso nos preocupa no próximo ano”, declarou Aloizio Mercadante no Gabinete de Transição, em Brasília.

Mauricio Tolmasquim, coordenador executivo do grupo técnico de Minas e Energia, pontou os pontos do impacto fiscal, como o uso de termoelétricas, escassez hídrica e a privatização da Eletrobras. “É uma conta que será herdada não só por esse governo, mas pelos próximos”, disse.

Segundo o GT, o valor inclui:

  • Conta Covid R$ 23 bilhões de empréstimos feitos as distribuidores
  • Custos com  o período de Escassez hídrica R$ 6,5 bilhões
  • Conta especial das termoelétricas R$ 39 bilhões
  • A privatização da Eletrobras, as emendas que obrigam à contratação de termoelétricas em locais distante são consideradas um Jabuti, gerando um custo de R$ 168 bilhões
  • Obrigação de reservas em R$ 55 bilhões

“Diferente de outros, a transição divulga os números”, disparou Mercadante.

O senador Jean Paul Prates (PT-RN) afirmou que a transição pediu a Petrobras que os processos desinvestimentos fossem paralisados para uma auditoria. “Nós vimos que há ativos que fazem sentido vender, mas há muito ativos que são importantes que podem ser integrados para uma nova formatação”, disse. Nesta semana, o grupo fez uma série de reuniões na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, para debater o futuro da petroleira. Prates é cotado para a presidência da Petrobras no próximo ano – atualmente, Caio Paes de Andrade está comandando a estatal.

No caso da Eletrobras, o novo governo tentará reverter os jabutis vinculados ao texto aprovado no Congresso, pois considera “um absurdo” construir usinas termoelétricas longe das elétricas privadas. “Uma irracionalidade com o meio ambiente, fiscal e com o consumidor”, declarou Tolmasquim. “No relatório estamos apontando todos as consequências em relação à privatização”, completou. Por Deborah Hana Cardoso / Metrópoles