Por Henrique Matthiesen*
O indiciamento e as revelações estarrecedoras sobre a tentativa de golpe de Estado – articulada por Bolsonaro e sua trupe – revelam de forma insofismável a gravidade e sordidez deste período obscurantista do desgoverno do capitão e seus acéfalos, em especial, a ala de militares.
Entretanto é oportuno recordar que o ex-deputado do baixíssimo clero, seja por sua mediocridade, seja por sua descompostura ou por sua desprezível inaptidão para o exercício de cargos públicos, sempre adotou uma postura golpista e jamais foi compatível com a democracia, como demonstra sua biografia pregressa de adorador de torturadores e bajulador de ditadores, algo que é incontestável. Portanto, não deve haver nenhuma surpresa desta aptidão aos golpes pelo capitão; o que gera espanto é este sujeito ter chegado à presidência da República. Capricho de nossa classe dominante tão desprezível como ele próprio.
É importante ressaltar que a posição geográfica do Brasil, suas riquezas naturais e sua liderança inconteste na América Latina sempre foram objetos de observação e intervenção por parte do “Tio Sam” e de sua incessante saga imperialista, que não tolera países com posturas firmes e soberanas, principalmente em seu quintal.
Dentro deste contexto surge uma pergunta inconveniente: se o “Tio Sam” apoiasse o golpe, os chamados militares “legalistas” teriam dado suporte à aventura do capitão? O golpe seria, de fato, impetrado?
Evidentemente, são perguntas que permanecerão sem respostas. O “Tio Sam”, desta vez travestido de Partido Democrata, não considerou oportuno o momento para um novo golpe no Brasil. Vale lembrar que tanto contra Jango quanto contra Dilma, o Partido Democrata foi cúmplice, apoiador e articulador de golpes em terras tupiniquins.
Agora com a eleição de Donald Trump, do Partido Republicano, figura tosca, também de profundo desprezo pela democracia e companheiro ideológico e equivalente do capitão golpista daqui algumas figuras do extremismo veem oportunidades para quem sabe enfim dar o golpe, afinal tanto o Partido Democrata quanto o Partido Republicano são faces da mesma moeda: imperialistas, hipócritas, intervencionistas e golpistas.
Soma-se a tudo isto as garras imperialistas nossa classe dominante que é escravocrata, não-pátria, violenta, atrasada, subordinada às elites internacionais, falsa moralista e hipócrita, dependentes do Estado para manutenção dos próprios privilégios, em suma antidemocrata e golpista.
É preciso punição rigorosa para estes traidores da democracia que foi conquistada as duras penas. Cadeia e pesada ao capitão e aos empresários financiadores e sobretudo aos péssimos militares que são indignos das fardas que vestem.
Como são urgentes reformas e uma delas é a formação de nossos militares, afinal não é mais crível permitir adoradores de torturadores e nem saudosismo de ditaduras.
Cadeia para os golpistas!
E um retumbo não a qualquer anistia ao abrandamento da pena.
*Henrique Matthiesen é Formado em Direito e Pós-Graduado em Sociologia