Teto de escola em Alcobaça pode desmoronar antes mesmo de ser concluída

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01Alcobaça – Comumente, é com regozijo que dada comunidade recebe a notícia da construção de uma unidade escolar, a alegria é maior quando se vê a promessa se consolidando e a inauguração em andamento com data de término marcada.
Entretanto, não é o que está acontecendo no município litorâneo de Alcobaça, aonde uma escola de ensino fundamental I vem sendo construída desde 10 de abril de 2014 e tem previsão de entrega para 1º de junho deste ano. A obra é fruto de parceria entre Ministério da Educação por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e a Prefeitura de Alcobaça; o investimento é de R$ 3.533.987,59 (Três milhões e quinhentos e trinta e três mil, novecentos e oitenta e sete reais e cinquenta e nove centavos).
A escola de 12 salas na sede do município atenderá alunos do 2º ao 5º ano, contribuindo para alavancar a educação local, posto que o ensino fundamental I é a base da formação escolar do indivíduo. No entanto, a inauguração pode (deve) não ocorrer. Devido aos atrasos provocados por razões desconhecidas, possivelmente, a entrega da obra concluída não acontecerá dentro do prazo estipulado, o que é fácil de inferir ao visitar a construção e ver as fotografias.


Além de constatar que tudo tem sido feito a passos lentos, o Jornal Alerta observou in loco, após denúncias sobre diversas irregularidades na construção, que a obra apresenta problemas que oferecem riscos para os trabalhadores e, caso não sejam resolvidos e a escola inaugurada, colocarão a vida dos estudantes em perigo. Um engenheiro, a convite do Jornal Alerta, analisou todas as fotos retiradas da construção e disse que o teto da escola pode cair antes mesmo de ela ser inaugurada.

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As lajes das salas foram batidas sem requisitos mínimos de segurança e ameaçam cair. Ao olhar as fotos, é possível perceber que há rachaduras por toda extensão do teto e uma curvatura no centro. Essa inclinação passa a ideia de que o teto cairá como se estivesse sendo sugado para o centro do cômodo, tanto que em detalhe numa das fotos pode-se ver, ainda, uma ponta da laje alguns centímetros empenada. Para piorar a situação, a obra não possui assinatura de nenhum engenheiro (obrigatório em obras governamentais e até privadas), tampouco alvará algum de fiscalização à laje que fora feita do meio das paredes principais para lá, o que contribui para que ceda.
A fim de conter a cessão do teto, os encarregados pela obra fizeram vigas – depois da laje pronta. Tudo para tentar impedir que venha ao chão. Mas, sabe-se, até o mais leigo no assunto, que as vigas deveriam ter sido feitas concomitante ao teto, dando a este sustentação. A medida não funcionou e, então, colocaram calços de madeira e até mesmo barras de ferro para segurar a laje.
Outro ponto observado pelo engenheiro é que a ferragem em obras litorâneas deve ficar de 3 a 4 cm dentro do cimento, porém, nas fotos, dá para ver claramente todos os ferros expostos.
Informações extraoficiais dão conta que a fundação não segue o projeto original da obra, aquele que é mandado para avaliação e posterior liberação da verba federal. O Jornal Alerta foi ao local da obra, tentou por meio de terceiros, mas, não obteve o contato dos responsáveis pela construção. Tudo que foi passado é que se trata de uma empresa com sede em Porto Seguro; nem o nome da empresa ninguém informa. Por Redação Jornal Alerta.