Provavelmente, uma celeuma nacional, os acidentes de trânsito ainda são uma comumente causa de morte.
Mas, nos estenderemos apenas dentro do âmbito local.
Em Teixeira de Freitas, até por um motivo simplesmente geográfico, pois situa-se nas divisas de dois estados, Espírito Santo e Minas Gerais, todos os anos são expedidas centenas de CNH´s – Carteiras Nacionais de Habilitação –, contudo, o teixeirense ainda não aprendeu a conduzir seus automóveis. Falta disciplina, calma, gentileza e educação. É mais um defeito no nosso DNA cultural.
Os motoristas, sejam de carros de passeio, ônibus ou caminhões, e os pilotos dos veículos de duas rodas não compreendem que já se encontram em grande vantagem com relação aos pedestres. Estes últimos se locomovem em velocidade ínfima, possuem pouco campo de visão e, mais que tudo, são as maiores vítimas nos acidentes de trânsito, pois são feitos de carne e osso.
Ora, se se tratando de um acidente automobilístico, se um choque entre dois simples carros de passeio pode gerar uma grande avaria na lataria dos veículos, o que será, então, se o choque for com um ser humano, em especial, criança, idoso ou gestante? Provavelmente, se confirmará aquele infeliz ditado que diz que “se não matar, aleija”.
Existe uma placa de sinalização que diz “dê a preferência”, então, a preferência é do pedestre. Todos eles sem exceção possuem privilégio com relação aos veículos.
Lógico, não poderia deixar de ser mencionado o fato da existência de alguns pedestres que abusam e arriscam nas travessias ou ciclistas que fazem mau uso de suas bicicletas, que embora, não sejam automotivas, são também um tipo de condução, portanto, também devem se submeter às regras do Código de Trânsito. Contudo, há de se convir que, mesmo se fazendo um paralelo com esse tipo de falta no trânsito, são minoria as displicências dos transeuntes e ciclistas.
Conquanto exista um limite de velocidade dentro do perímetro urbano, não é o que acontece. Os motoristas em alta velocidade não a reduzem ou mesmo param para que quem já esteja atravessando as avenidas locais possa continuar. O pedestre no meio da Presidente Getúlio Vargas ou da Marechal Castelo Branco ou da São Paulo é obrigado a parar ou a recuar para que não seja atropelado, simplesmente porque o motorista quer passar com o seu carrão. Não olvidando dos irritantes sons das buzinas que nunca se calam. Bem, que fique claro que isso é apenas um dos vários fatos em relação ao desconhecimento do condutor de veículos.
Nos países europeus existe uma educação de berço que diz que para o pedestre sempre se deve parar o veículo para que ele (que certamente chegará depois em seu destino) possa continuar a travessia. Isto, além de reduzir os problemas mais graves, resolve os, supostamente, menores também, como o estresse de motoristas, de passageiros e de transeuntes. Se para eles tal educação faz diferença, por que para nós brasileiros não faria?
Bem, o que se deve fazer é observar o direito do cidadão como pedestre e a educação de trânsito para todos, tanto para os transeuntes quanto os condutores, mas apelar um pouquinho mais para a gentileza.
Publicado no Jornal Alerta em outubro de 2005