Pessoas de baixa-renda serão mais afetadas pelas taxas no curto e no longo prazo, segundo universidade americana

A guerra comercial de Donald Trump promete custar 3,2% da renda das famílias mais pobres dos Estados Unidos, segundo um estudo do The Budget Lab da Universidade de Yale. O estudo ainda não contabiliza às novas taxas anunciadas por Donald Trump nesta quarta (9).
O grupo reconhece que os novos impostos de importação e as retaliações estrangeiras devem fazer os preços aumentarem 1,7% no curto prazo. Isso fará as casas de baixa renda perderem US$ 1,2 mil por ano com a alta nos custos.
O estudo também avalia que, caso as famílias adaptem o consumo e comprem mercadorias mais baratas, o impacto final será ainda maior, de US$ 1,9 mil. Nesse caso, chamado de “post-substitution”, as despesas podem crescer por fatores como um aumento de demanda e custo de transição.
As tarifas também vão impactar negativamente o mercado de trabalho americano. A taxa de desemprego deve crescer 0,4 ponto percentual em 2025, com uma queda de mais de 500 mil vagas no mercado formal. A previsão O presidente americano, Donald Trump, voltou a mirar as tarifas como forma de demonstrar poder e, em apenas três dias, enviou cartas impondo tarifas para 20 países.
Nesta quarta (9), ele anunciou um imposto de 50% contra produtos do Brasil exportados aos Estados Unidos. Trump justifica a decisão por, entre outras coisas, um comércio “injusto e desbalanceado”. Mas o Brasil compra mais produtos dos Estados Unidos do que vende, ou seja, a balança comercial entre os dois países pende para o lado americano.
Até o dia 7 de julho, limite do estudo da universidade, os americanos já enfrentavam uma tarifa média de 17,6%, a maior desde 1934. A previsão é que com os novos anúncios, esse nível cresça ainda mais. Para realizar o levantamento, o The Budget Lab “estimou os efeitos de todas as tarifas americanas e retaliações estrangeiras implementadas em 2025 até 7 de julho, incluindo os efeitos do acordo comercial EUA-Vietnã e os anúncios de 7 de julho sobre novas taxas para 14 países”. Por Danilo Cruz, da CNN, em São Paulo