Tanqueiros convocam assembleia após reajuste do diesel: ‘Afronta da Petrobras’

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Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG) citou risco de desabastecimento do país

O Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG) convocou uma assembleia emergencial para a próxima terça-feira (21), a fim de discutir ações contra o reajuste do preço do diesel, anunciado nesta sexta-feira (17) pela Petrobras.Os trabalhadores não citaram, por ora, risco de greve.

O aumento de 14,2% do diesel nas refinarias, o equivalente a R$ 0,70 por litro, foi oficializado dois dias depois da aprovação do Projeto de Lei do teto do ICMS pelo Congresso Nacional.

“Recebemos o reajuste dos combustíveis como uma afronta e uma falta de sensibilidade da Petrobras. Hoje, as transportadoras estavam esperando uma redução e não um reajuste, mais um aumento”, pontua o presidente do Sindtanque-MG, Irani Gomes. Com o projeto do teto do ICMS, que aguarda sanção do presidente Jair Bolsonaro (PL), o preço do diesel poderia cair R$ 0,18 em Minas, pois a base de cálculo do imposto diminuiria, segundo cálculos da empresa Raion Consultoria, especializada no setor.

Gomes também voltou a criticar a política de Preço de Paridade Internacional (PPI), adotada pela Petrobras para equiparar os valores nacionais ao do mercado internacional. “Com essa política, está ficando inviável transportar. Acredito que a qualquer momento, se o governo federal, junto à Petrobras, não tomar alguma medida referente a essa política, pode haver desabastecimento do país. Não aguentamos mais trabalhar da maneira que está”, conclui.

Mesmo o atual aumento anunciado pela Petrobras não cobre a defasagem do preço dos combustíveis em relação aos preços globais. Agora, ela chega a 11%, segundo analistas do mercado. Assim, ainda há margem para novos aumentos. Por Gabriel Rodrigues / O Tempo