Por Fernanda Ribeiro*
A história da salvação começou a partir do sim de uma mulher. Na minha experiência pessoal, a maternidade é um ponto de virada fundamental. O meu “sim” à vida é celebrado a todo o tempo, em cada instante ao lado dos meus dois filhos. Tenho o privilégio de vê-los crescer com saúde e acompanhar suas particularidades, apreciando a beleza que a intensidade materna proporciona.
Eu diria que o maior encanto está nos pequenos e mais simples detalhes do dia a dia, como quando nos abraçamos de pijama toda a manhã, no momento em que sorrimos a cada nova descoberta ou na cabecinha que se ajeita no meu colo durante uma soneca.
Tudo faz parte de uma rotina intensa e amorosa, o que não quer dizer que a maternidade não possua desafios. Sim, eles existem e são muitos. Já na gestação, a mulher é chamada a abrir mão de si em prol daquele ser humano que se desenvolve a cada dia no seu ventre. Após o nascimento, as adversidades permanecem na rotina da mãe, que, normalmente, se empenha em fazer tudo com zelo e carinho.
No segundo domingo de maio, o dom da maternidade é exaltado. A data teve início no século XX, nos Estados Unidos, quando o Dia das Mães foi estabelecido como conhecemos hoje. Todos os anos, o comércio se apropria da data, que é considerada a segunda mais importante para o varejo brasileiro. A grande maioria das mães recebe um mimo e retribui com um sorriso. Mas muitas ainda escondem o cansaço da privação do sono, das inquietações emocionais e das incertezas de quem é responsável, às vezes, sozinha, por outro ser humano.
Por tudo isso, o dia em que as mães são celebradas não pode ser como qualquer outro. A data também pode ser motivo de reflexão, tanto para quem assiste a maternidade alheia, quanto para quem participa deste dom ou para as mulheres que assumiram a tarefa de ser colo e abrigo.
Nesta sinuosa estrada estão as mães que permanecem em casa, dedicando-se aos cuidados dos filhos e da família, e aquelas que conciliam casa e trabalho. Em ambos os casos, há desafios e percalços. Em muitas trajetórias Brasil afora, sobram demandas e falta ajuda. Algumas mães até diriam: “há muitos pratinhos para equilibrar”. E há mesmo!
Eu, particularmente, faço parte do segundo time e sei o quanto a rotina é exigente, por vezes, cansativa. Tenho aprendido a lidar com a culpa, admitindo que nem tudo pode ser feito, e está tudo certo. O importante é fazer o melhor e ser inteiro em tudo o que se propõe.
Para tratar o peso com leveza, é preciso mais que uma boa saúde mental ou até mesmo rede de apoio. Para vivenciar um dom celeste, é necessário ter fé! Não é por acaso que Deus nos fez capazes de gerar, seja no ventre ou no coração.
Voltando à história da Salvação, é importante destacar que Ele escolheu uma mulher para cuidar do Seu filho, e Ela, concebida sem pecado, está pronta a interceder por todas nós, e pelo nosso maternar.
A verdade é que não é fácil, mas é divino. E por tudo isso, é a melhor e mais sublime experiência da vida. Se me perguntarem, não hesito em responder: ser mãe é o que me preenche. Não há lacunas quando estou ao lado deles. Em tudo, há amor. Seja no sorriso do meu caçula de dez meses, ou no “eu te amo” do meu pequeno de três aninhos. Com eles, sem dúvidas, sou minha melhor versão. E, graças a eles, sou resgatada de tudo aquilo que me impede de ser uma boa mãe. É que este tipo de amor, tudo pode curar e transformar.
O mundo vai celebrar o Dia das Mães, e a gente merece!
*Fernanda Ribeiro é repórter do Telejornal Canção Nova Notícias.