A cantora Sandy lançou luz recentemente a um problema pouco comentado: diástase pós-gravidez. Trata-se de uma depressão que segue da área dos seios até o umbigo, causada pela separação do músculo reto abdominal, em decorrência das modificações da região na gestação, facilmente identificada por meio de um exame físico.
“Existem alterações fisiológicas e musculoesqueléticas que, por influência hormonal, permanecem durante todo o período gestacional. A diástase do músculo reto abdominal é uma delas e ocorre quando há uma separação entre os feixes musculares, na linha média (linha alba) com espaçamento superior a 3 cm. De diagnóstico predominantemente clínico, pode ser agravada pela obesidade, gestações múltiplas, macrossomia fetal e poliidrâmnio (aumento de liquido amniótico). Não podemos deixar de dar uma atenção especial àquelas gestantes cuja musculatura abdominal é – constitucionalmente – ácida”, explica o ginecologista Carlos Alberto Politano, Diretor da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo.
Prevenção
Não há formas de prevenir especificamente a diástase de reto, todavia alguns cuidados e hábitos podem minimizar as dores lombares e pélvicas decorrentes do comprometimento postural da gestante. Os cuidados com a alimentação e a atividade física são os pilares de uma gestação saudável. O obstetra, sempre que necessário, deve ter parceria de uma equipe multiprofissional e, especificamente nos casos de diástase do músculo reto, a participação do fisioterapeuta e da nutricionista.
Politano destaca que a má postura interfere imediatamente nos feixes musculares, uma vez que, pelo crescimento do abdômen, a curvatura da coluna é alterada. Assim, exercícios devem ser realizados mesmo pelas gestantes que antes eram sedentárias. Algumas das indicações de atividades são caminhadas, hidroginástica, pilates e musculação; este último, apenas com acompanhamento de profissional especializado em treinamentos para grávidas.
Alimentação é o segundo pilar para uma gestação saudável. “A ideia de comer por dois não vale mais. O correto, atualmente, é alimentar-se de três em três horas e em porções menores. É essencial manter o equilíbrio para ter ingestão proteica balanceada, importante para a musculatura”, diz o ginecologista.
Tratamento
O tratamento varia de acordo com a gravidade da diástase de reto e sempre deve ser realizado com exercícios específicos, dirigidos por um fisioterapeuta. O médico reforça a importância de uma orientação nutricional e do acompanhamento da gestante quando a mesma mantém atividade física.
“A participação do fisioterapeuta é importante para orientar a gestante sobre atividade física e os tipos de exercícios a serem realizados na gestação e no puerpério. Por outro lado não menos importante é a orientação da nutricionista, pois, como já foi citado, a obesidade é um dos fatores causais de Diástase do reto abdominal”, diz.
O uso da cinta não é válido durante a gravidez, porém, é fundamental após – isto por que o abdômen está ácido – e ela ajuda a minimizar os efeitos na musculatura.
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