Moscou está prestando muita atenção às atividades em um campo de testes nucleares em Nevada, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia
Moscou não realizará testes de suas armas nucleares enquanto Washington se abstiver de fazê-lo, disse o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Riabkov, nesta segunda-feira.
A declaração de Riabkov ocorreu após um anúncio dos EUA na semana passada de que havia realizado um experimento nuclear subcrítico bem-sucedido na instalação do PULSE em Nevada. De acordo com a Administração Nacional de Segurança Nuclear, os testes permitiram coletar “dados essenciais” sobre ogivas atômicas “sem o uso de testes de explosivos nucleares”.
“Estamos analisando de perto o que está acontecendo no local de teste nuclear americano. É claro que registramos e monitoramos todos os sinais públicos vindos do governo dos EUA nesta área”, disse o vice-ministro das Relações Exteriores.
A Rússia entende que tais experimentos subcríticos estão sendo feitos “como parte dos testes do desempenho dos componentes e sistemas relevantes do arsenal nuclear dos EUA”, acrescentou o diplomata.
Washington disse anteriormente que experimentos subcríticos não são proibidos pelo Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT), que proíbe explosões de testes nucleares em todos os ambientes. Tanto os EUA quanto a Rússia assinaram o acordo de 1996, mas não o ratificaram.
“Nossa posição permanece inalterada: enquanto os EUA não realizarem testes nucleares reais, a Rússia também aderirá a essa posição”, afirmou Riabkov.
No início deste mês, a Rússia anunciou planos para testar a capacidade de seus militares de implantar armas nucleares táticas “em um futuro próximo”. De acordo com o Ministério da Defesa russo, os exercícios foram ordenados pelo presidente Vladimir Putin em resposta à contínua “política de poder” perseguida pelos EUA e seus aliados contra Moscou.
O comunicado do ministério disse que o Ocidente declara abertamente seu apoio a “atos terroristas” da Ucrânia contra a Rússia e “contribui diretamente” para tais ataques. Armas cada vez mais poderosas estão sendo fornecidas a Kiev por seus apoiadores estrangeiros, continuou o comunicado, destacando as entregas de mísseis ATACMS de fabricação americana capazes de “atingir alvos nas profundezas do território russo”.
A declaração de Moscou foi precedida por uma sugestão da Polônia de potencialmente hospedar armas nucleares dos EUA e comentários do presidente francês, Emmanuel Macron, sobre a possibilidade de enviar soldados franceses e outros da Otan para a Ucrânia. Fonte: Rt