Por Uemerson Florencio*
A terra está testemunhando muitas pessoas que vivem relações presépios quando vista de longe, mas relações presepadas quanto você passa por cima da casa do casal. São dias de relações puramente de aparência. Atualmente vemos diversas mulheres convivendo com restos de safra, sendo submetida a situações indigestas, desgostosas, humilhantes e infiéis. Será que elas querem se separar dessas pessoas? Algumas, nem por brincadeira, mesmo porque, muitas se escondem por traz das mais diversas desculpas:
– Eu não largo ele porque temos nossos filhos;
– Estou desempregada e vivo na dependência financeira dele;
– A minha família não vai me aceitar com eles, vão me criticar e humilhar;
– Os meus amigos e vizinhos vão todos me julgar;
– Eu tenho medo dele fazer alguma coisa comigo;
– A minha família gosta muito dessa pessoa, todos querem por perto, me sinto até sem forças para enfrentar tudo isso;
– Eu até já me acostumei, a pessoa chega cansada e chateada com os problemas da vida, eu entendo, fala com grosseria. Mas é uma pessoa gosta muito de mim, me protege, não quer que eu saia, coloca as coisas dentro de casa.
É muito importante refletir sobre a origem de cada uma destas desculpas, por traz tem uma mulher, ferida, traumatizada, desassistida e desvalorizada. A realidade desta mulher não começou neste relacionamento, mas sim, pode ser que traga tudo isso, desde a infância. Não podemos deixar de considerar que esta postura pode ter tido origem ainda no ventre da mãe, ou seja, na gestação. Vá até os avós e você descobrirá padrões comportamentais terríveis, até delituosos, mas que foram abafados ou sufocado durante todo o tempo.
E aí, o que se esperar dessa mulher hoje vitima de si mesma? Ou quem sabe, será que ela não é produto de uma família disfuncional? Existem mulheres que atravessam dias de caos intensos e profundos consigo mesmas. São pessoas que estão infelizes nestas relações abusivas, afinal, é um ambiente que não existe apoio, incentivo, nenhum gesto de afeto ou carícia. Quando você foi surpreendida por um gesto de afeto e respeito pela pessoa da sua relação, ainda que tenha chegado sem algo material para a casa?
Existem muitas mulheres que não sentem acolhidas, respeitadas e não fazem ideia do que seja companheirismo em suas vidas. A maioria delas só conhecem os dramas, as dores, a inimizade e a concorrência desnecessária. Afinal, como a vítima tem uma posição de pouco atrito ou mesmo, até de passividade, a outra parte vive em constante comparação e competição. Há casos que as palavras são tão difíceis de se ouvir que a vítima não consegue se enxergar como mulher. Você já viveu ou vive esta realidade? E porque estão caindo lágrimas silenciosas para dentro de si mesma? O que veio a sua lembrança agora?
Sei que muitas mulheres criticam umas às outras por não aceitar a realidade que algumas destas vítimas vivem. Mas devemos ter cuidados com os julgamentos, afinal, há realidades muito difíceis para serem vencidas ou superadas por estas mulheres. Sendo bem direto para as pessoas críticas ou julgadoras: Será que todas as suas decisões ocorrem com total simplicidade e praticidade? O quanto as suas emoções interferem nas suas escolhas?
Contudo, se você quer sair de uma relação tóxica ou abusiva, pare de dar desculpas ou justificativas que te façam permanecer dentro deste cenário. Sabemos que não é fácil, mas é preciso fazer uma verdadeira revisão da sua vida. É muito importante levar em consideração alguns aspectos que lhe permitam elevar-se para outro nível de percepção quanto ser humano, mulher, mãe, profissional e outros. Dessa forma, você deve levar em consideração:
– Você quer dar os primeiros passos para sair desta realidade? Está com disposição para este enfrentamento? Qual é a visão que você tem hoje de si mesma? Tem perspectivas positivas para viver uma nova realidade?
– Você já tem uma clara visão do que deseja para a sua vida? Já traçou os planos necessários que podem te conduzir a um cenário de crescimento nos diversos setores da sua vida? O que você espera deste novo momento?
– Já olhou para si mesma e se perdoou de todas as escolhas feitas ou você vive negando o perdão a si mesma? Quem não se perdoa fecha as portas para a própria prosperidade. Você carrega alguma dor ou ressentimento dentro de você? Na real, se você sair com raiva, na verdade quem estará sendo o meio de transporte dela será você. Afinal, quem carrega doença, doente está! Quer ser transmissora de dor e aflição para si ou para uma próxima relação?
– Se a escolha é pela separação, você já traçou um plano de separação? Ou ainda acha que pode mudar o caráter ou natureza da outra pessoa? Desde quanto o ser humano tem este poder? Já tem tanto tempo juntos, quais foram os verdadeiros sinais de mudança que esta pessoa demonstrou para você? Quantas decepções você acumula? Quantos vestígios de traições você tem em mente?
– Ao separar, você deve excluir todas as formas de contatos e vestígios que lhe tragam lembranças da relação tóxica. Se você costumava usar um tipo perfume, roupas, cremes, peça intima, frequentar certos locais, ouvir determinadas músicas em função do relacionamento, sugiro altere todo este padrão. Mas, não se esqueça: De que adianta fazer toda esta desconexão ou limpeza física e permanecer com a pessoa abusiva em sua mente?
* Uemerson Florêncio – (Brasileiro) Empreendedor. Treinador, palestrante e correspondente internacional onde expõe sobre a análise da linguagem corporal, gestão da imagem, reputação e crises.