Coordenador do grupo Prerrogativas ressalta “conjunto robusto de provas que vai além da delação premiada”

247 – A prisão do ex-presidente Fernando Collor nesta sexta-feira, 25, representa um novo capítulo da Operação Lava Jato, cujo desfecho institucional ocorreu em 2021 após sucessivas anulações no Judiciário. A condenação de Collor, decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em maio de 2023, envolve os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele foi acusado de receber propina para influenciar a diretoria da BR Distribuidora, favorecendo a construtora UTC, de Ricardo Pessoa, um dos principais alvos da operação.
Neta linha, o grupo de advogados Prerrogativas, formado em 2015 como uma reação às ações arbitrárias da Lava Jato, defendeu a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que rejeitou os últimos recursos apresentados pela defesa de Collor. Moraes determinou a execução da pena de mais de 8 anos de prisão.
“A prisão de Collor separou o joio do trigo na Lava Jato”, disse Marco Aurélio Carvalho, coordenador do Prerrogativas, à CNN Brasil. Ele comentou que, embora o coletivo tenha criticado a prisão “midiática” de Michel Temer em 2019, no caso de Collor, a situação é distinta, pois há um “conjunto robusto de provas que vai além da delação premiada”.
Carvalho destacou ainda que a prisão de Collor enfraquece a narrativa de parte dos defensores da Lava Jato, que afirmam que a operação foi desconstruída para beneficiar a classe política. O advogado acredita que a decisão do STF reforça a ideia de que a Lava Jato não visava apenas interesses políticos, mas também combateu práticas de corrupção.
A CNN procurou o senador e ex-juiz suspeito Sérgio Moro (União-PR), então responsável pelos processos da Lava Jato em Curitiba, para comentar o caso, mas não obteve resposta.