Pressão elevada: o que significa nova diretriz sobre hipertensão

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Atualização nas diretrizes da Sociedade Europeia de Cardiologia inclui a categoria “pressão elevada” como alerta importante para pacientes

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Mulher medindo a pressão arterial em casa - Metrópoles

Novas diretrizes para a medição da pressão arterial foram lançadas pela Sociedade Europeia de Cardiologia. Um dos pontos mais relevantes foi a inclusão do termo “pressão elevada”.

Ele passa a ser usado quando o paciente apresenta pressão sistólica entre 120 e 139 mmHg ou a diastólica fica entre 70 e 89 mmHg. O diagnóstico serve como um alerta para o risco do paciente evoluir para a hipertensão.

As diretrizes foram apresentadas no último congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, que ocorreu em Londres, em setembro. É a primeira atualização desde 2018, seguindo novas evidências científicas, com dados de diferentes estudos. Por ter sido feita por uma comunidade científica que serve de referência para o mundo, a atualização é levada em conta pelos médicos brasileiros.

A diretriz indica um olhar mais atento para que esse grupo de pacientes seja alertado, orientado e incentivado a adotar ou intensificar medidas de prevenção. Quando efetivas, essas medidas podem evitar quadros de hipertensão e suas complicações”, explica o médico Rodrigo Noronha, cardiologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

“É bastante comum que a pessoa não saiba que tem hipertensão até sofrer um infarto ou um AVC. Ela é silenciosa, os pacientes descobrem durante um exame admissional, um atendimento ocasional ou uma emergência médica”, afirmou o cardiologista Rafael Côrtes, responsável pelo atendimento da especialidade no Grupo Santa, em entrevista anterior ao Metrópoles.

Classificação da pressão arterial:

  • Pressão arterial normal: menor que 120/70 mmHg;
  • Pressão arterial elevada: pressão sistólica entre 120 e 139 mmHg a diastólica entre 70 e 89 mmHg;
  • Hipertensão arterial sistêmica: sistólica acima de 140 mmHg ou diastólica acima de 90 mmHg.
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Fora a questão genética, fatores como consumo de álcool, cigarro, sal em grande quantidade, obesidade, colesterol alto, diabetes, idade avançada, estresse e sedentarismo também podem influenciar nos níveis de pressão arterial

Tontura, visão embaçada, dor de cabeça ou dor no pescoço são os principais sintomas relacionados à doença. Geralmente, esses incômodos aparecem quando a pressão aumenta rapidamente
Outros sintomas comuns em quem tem pressão alta são: zumbido no ouvido, visão dupla ou embaçada, dor na nuca e na cabeça, sonolência, palpitações, enjoo e pequenos pontos de sangue nos olhos
A pressão alta é responsável por problemas graves de saúde como AVC, insuficiência cardíaca e perda da visão. Ao desconfiar que se tem a doença, o indicado é aferir a pressão sanguínea com um aparelho próprio, em casa ou na farmácia
Apesar da gravidade, a pressão alta pode ser controlada. Hábitos saudáveis como a prática de exercícios físicos, alimentação saudável, evitar situações que possam causar estresse, diminuir o consumo de bebidas alcoólicas, manter o peso e o colesterol sob controle e evitar drogas que aumentem a pressão arterial (como cafeína, antidepressivos e corticoides) podem ajudar no controle da pressão

Pressão elevada

Pessoas com pressão elevada podem ser impactadas de diferentes formas. A curto prazo, esses pacientes podem sentir dores de cabeça e tonturas; cansaço e falta de ar; e ansiedade e nervosismo.

Em médio prazo, começam a ocorrer danos aos vasos sanguíneos e problemas renais iniciais. A longo prazo — uma vez estabelecido o quadro de hipertensão arterial e sem o tratamento adequado —, o paciente pode sofrer AVC, infarto, insuficiência cardíaca e arritmias, insuficiência renal severa e até perda de visão significativa, podendo levar à cegueira.

O cardiologista Rodrigo Noronha considera que o diagnóstico de pressão elevada serve como um alerta para que o paciente faça o acompanhamento médico nos intervalos indicados e realize o monitoramento adequado.

“É essencial que o paciente reflita sobre como adotar ou intensificar mudanças efetivas em seu estilo de vida capazes de prevenir o aumento da pressão”, afirma Noronha.

Pressão elevada X pressão alta

O diagnóstico de hipertensão requer tratamento específico contínuo, inclusive com uso de medicamentos. Já o de pressão elevada exige monitoramento constante e ajustes no estilo de vida.

Nos casos de pressão elevada, algumas medidas não farmacológicas podem ajustar a pressão do paciente, evitando que ele evolua para um quadro de hipertensão e até mesmo volte a ter a pressão regulada.

Essas medidas incluem reduzir o peso corporal, praticar atividade física — incluir caminhadas ou corridas e musculação na rotina —, parar de fumar, diminuir o consumo de sódio, ingerir a quantidade adequada de potássio, por meio de uma alimentação rica em frutas e vegetais, e manter níveis aceitáveis de colesterol e glicemia.

“Pacientes com pressão elevada ainda não têm indicação de uso de medicamento. Algumas medidas não farmacológicas são comprovadamente eficientes para evitar a hipertensão. Dependendo do caso, o paciente pode até voltar a ter a pressão normal”, afirma Noronha.

Diagnóstico

Um dos principais exames para o diagnóstico é a monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA). Nele, um pequeno aparelho é colocado no paciente para medir a pressão a cada 15 minutos durante 24 horas.

Outra opção de exame é a monitorização residencial de pressão arterial (MRPA). Nesse caso, o paciente realiza as medições da pressão em casa. Três medições devem ser feitas com intervalos de 15 minutos pela manhã e outras três à noite, por alguns dias. Por Bethânia Nunes / Metrópoles

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