Presos fogem da cadeia de Teixeira usando um macaco e um alicate

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Teixeira de Freitas – Na tarde de terça-feira (15), os policiais civis que fazem a custódia dos presos no Complexo Policial da 8.ª Coorpin de Teixeira de Freitas impediram que dezenas de presos ganhassem a rua ao protagonizarem uma fuga espetacular, fazendo uso de dois macacos mecânicos usados para afastar as vigas de segurança do teto da cadeia. No entanto, quatro deles, de alta periculosidade, já haviam ganhado a rua: Lindiomar de Jesus Aguiar e Daniel Gomes Damasceno, o “Paulista”, ambos presos por furto; Alex Silva Rodrigues, que respondia por porte ilegal de arma de fogo, além de Délio Souza Rocha, detento contumaz na prática de fuga e que estava preso por homicídio e porte ilegal de arma de fogo. Délio Souza Rocha, de 25 anos, tinha sido recapturado por policiais militares do Pelotão de Posto da Mata, na manhã de sexta-feira, 13 de abril, escondido numa propriedade rural próxima ao povoado de Cândido Mariano, no município de Nova Viçosa. O homicida Délio Souza Rocha já tinha conseguido fugir da cadeia de Mucuri e por duas vezes do Conjunto Penal de Teixeira de Freitas. Com essa nova saída da 8.ª Coorpin, ficam contabilizadas quatro fugas no currículo do indivíduo.

Até agora, ninguém, literalmente, abriu o bico de como esses dois macacos adentraram a unidade prisional; ao menos, oficialmente. Foto: Liberdadenews.

Foi encontrado pelos agentes um macaco (usado para levantar veículos) e um alicate – materiais usados pelos fugitivos para forçar a abertura das pilastras do teto. Os presos subiram um por cima do outro até chegar ao teto, que fica a aproximadamente 04 metros de altura.

Mesmo modus operandi

Não é a primeira que esse tipo de fuga é praticado no Complexo Policial de Teixeira de Freitas. Na outra ocasião, o delegado era Juvêncio Menezes. O carcereiro, que era do município, recebeu 2 mil reais para mandar confeccionar a ferramenta desenhada pelo preso e passou para o mesmo dentro da cadeia, só que o mentor deu azar, pois ao pular do teto por onde havia passado cerca de três ou quatro colegas (detentos), caiu de mal jeito e quebrou o pé, impossibilitando a sua fuga e sendo preso.

Acabou por confessar toda a trama e quem colaborou, assim, foram todos parar atrás do xilindró, inclusive o torneiro mecânico que fez a ferramenta.

Caso está sendo investigado

Entre os fugitivos estão os homicidas Daniel Gomes Damasceno e Délio Souza Rocha.

Questionado pelo jornalista Ronildo Brito, do site “Teixeira News”, sobre por onde teria entrado o macaco, além de um alicate encontrado com os presos, o delegado Marco Antônio, que ocupa interinamente a titularidade da Delegacia Circunscricional, pois o titular Charlton Fraga está de férias, informou que somente após uma investigação detalhada será possível informar com precisão. A imprensa não teve acesso ao interior do pátio onde aconteceu a fuga, mas, fontes ouvidas pelo site informaram que a ferramenta é posicionada entre duas vigas de concreto por onde entram os raios solares e essas são pressionadas (dilatadas) com a abertura do macaco, até que fique um espaço suficiente para a passagem dos presos. Ainda não foi informado o prazo para conclusão das investigações internas na Delegacia da Polícia Civil de Teixeira de Freitas.

O delegado-coordenador da 8.ª Coorpin, Marcus Vinícius, que já ouviu os presos e investiga como os macacos adentraram a unidade, ainda não se pronunciou formalmente.