Em carta à comunidade internacional, André Corrêa do Lago defende protagonismo das pessoas e mudança de paradigma no combate à crise climática

247 – O presidente designado da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, fez nesta terça-feira (12) um apelo à comunidade internacional para que a conferência de 2025, em Belém (PA), seja tratada como um “ritual de passagem” rumo a um modelo de desenvolvimento mais justo, inclusivo e sustentável. A declaração está em sua quinta carta aberta, divulgada pela assessoria da presidência do evento, na qual ele reforça que a sociedade não deve ser vista apenas como vítima da mudança do clima, mas como protagonista no enfrentamento da crise.
“A Presidência da COP30 convida a comunidade internacional a fazer de Belém um ritual de passagem para marcar e celebrar com sobriedade a nossa transição para um futuro mais promissor e próspero”, disse Corrêa do Lago. “Podemos usar a COP30 para processar coletivamente o luto por um modelo de desenvolvimento que prometeu prosperidade no passado, mas que já não oferece esperança para o futuro.”
A presidência do evento afirma que colocará as pessoas no centro das decisões, com impactos concretos nos quatro pilares da conferência. O “mutirão global contra a mudança do clima”, lançado por Corrêa do Lago em sua primeira carta, será a principal referência nesse processo.
A estratégia inclui um modelo de governança compartilhada, que aproxima as negociações das realidades locais por meio de Enviados Especiais, da Campeã da Juventude e do Círculo dos Povos. Nos debates, a centralidade das pessoas será refletida em temas como a Meta Global de Adaptação, o Diálogo sobre Implementação dos Resultados do Balanço Global, o Programa de Transição Justa, o novo Plano de Ação de Gênero, a Plataforma das Comunidades Locais e dos Povos Indígenas e questões de perdas e danos.
Na Cúpula de Líderes, chefes de Estado e de governo serão convidados a participar de discussões voltadas a soluções concretas que conectem a política climática internacional à vida cotidiana. Cada um dos seis eixos da Agenda de Ação terá um caminho de implementação com dignidade e liderança, alinhado ao Balanço Global do Acordo de Paris.
Corrêa do Lago também defende que a participação popular seja incorporada à elaboração e execução das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), Planos Nacionais de Adaptação (NAPs) e Relatórios de Transparência Bienais (BTRs). Ele sustenta que a sociedade deve influenciar diretamente decisões sobre financiamento climático, comércio e transição energética.
“A mitigação, a adaptação, o financiamento, a tecnologia e a capacitação implicam, antes de tudo, enfrentar desigualdades estruturais, acabar com a fome e combater a pobreza, promovendo o desenvolvimento sustentável, os direitos humanos e a igualdade, inclusive racial e de gênero”, afirmou o presidente designado da COP30.