Investigação da Operação Caixa Preta atinge Samir Xaud, Helena da Asatur e outros nomes políticos em Roraima; entenda o caso
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira, 30 de julho de 2025, a Operação Caixa Preta, uma ação que investiga suspeitas de compra de votos nas eleições municipais de 2024 em Roraima. Entre os alvos de mandados de busca e apreensão estão figuras de destaque no cenário político e esportivo do estado: o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud, a deputada federal Helena da Asatur (MDB-RR) e seu marido, o empresário Renildo Lima. Além deles, o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Roraima, Igo Brasil, também foi alvo da operação.
De acordo com informações do g1, agentes da PF estiveram na residência de Samir Xaud, na sede da CBF no Rio de Janeiro, e cumpriram outros seis mandados de busca e apreensão. A Justiça Eleitoral de Roraima determinou ainda o bloqueio de R$ 10 milhões nas contas dos investigados, sinalizando a gravidade das acusações.
Contexto político e empresarial em Roraima
Samir Xaud, de 41 anos, assumiu a presidência da CBF em maio de 2025, tornando-se o mais jovem a ocupar o cargo, conforme noticiado pelo ge.globo. Natural de Boa Vista, Xaud é médico de formação e tem raízes profundas no futebol roraimense, sendo filho de Zeca Xaud, presidente da Federação Roraimense de Futebol (FRF) desde 1975. Apesar de sua ascensão no cenário nacional, Samir já tentou uma carreira política, concorrendo a deputado federal pelo MDB em 2022, sem sucesso.
Helena da Asatur, por sua vez, é uma figura conhecida no estado. Eleita deputada federal em 2022 com 15.848 votos, é a única mulher de Roraima na Câmara dos Deputados, conforme destacado pelo GloboPlay. Natural de Tocantins, mas criada em São João da Baliza (RR), Helena é formada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Roraima (UFRR) e declarou um patrimônio de R$ 10 milhões ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas últimas eleições. Junto ao marido, Renildo Lima, ela comanda a Asatur, uma das empresas de transporte mais tradicionais de Roraima, avaliada em R$ 11,1 milhões, com atuação na rota Boa Vista-Manaus e serviços de fretamento. A família também é proprietária da Voare Táxi Aéreo, única empresa de táxi aéreo privado no estado.
Renildo Lima, sócio majoritário da Asatur ao lado de uma filha do casal, já esteve no centro de controvérsias. Em setembro de 2024, ele foi alvo de uma reportagem do g1 que o associou a atividades controversas no transporte e aviação na região da Terra Yanomami, embora detalhes específicos sobre essas acusações não tenham sido aprofundados na operação atual.
Detalhes da Operação Caixa Preta
A Operação Caixa Preta foca em crimes eleitorais, especificamente a suspeita de compra de votos durante as eleições municipais de 2024. Embora os detalhes da investigação ainda não tenham sido plenamente divulgados, a presença de agentes da PF na sede da CBF, entre 6h24 e 6h52 desta quarta-feira, chamou atenção.
Em nota oficial, a CBF esclareceu que a operação “não tem qualquer relação com a entidade ou com o futebol brasileiro” e que Samir Xaud “não é o centro das apurações”. A entidade também informou que nenhum material ou equipamento foi apreendido na sede, e que o presidente está “tranquilo e à disposição das autoridades” para esclarecimentos.
Até o momento, as defesas de Samir Xaud, Helena da Asatur e Renildo Lima não se manifestaram publicamente sobre as acusações, conforme reportado pelo g1. A falta de posicionamento oficial dos investigados mantém o caso envolto em especulações, enquanto a população de Roraima aguarda mais informações sobre o impacto político e eleitoral da operação.
Repercussão e buscas adicionais
Além das informações divulgadas pela imprensa tradicional, a operação ganhou tração nas redes sociais. No Twitter, usuários de Roraima comentaram sobre a influência política do grupo ligado a Helena da Asatur e Samir Xaud no estado, com alguns apontando para a longa história de domínio da família Xaud no futebol local. Um tweet de um perfil local destacou: “Não é surpresa que a PF esteja investigando compra de votos em Roraima. O MDB aqui sempre teve muita força, mas os métodos são questionáveis há anos.” (Fonte: Twitter, perfis locais, 30/07/2025).
Em blogs regionais, como o Roraima em Foco, há menções à preocupação com o impacto da operação no cenário político estadual, especialmente considerando a proximidade de novos ciclos eleitorais. Jornais nacionais, como a Folha de S.Paulo, também começaram a cobrir o caso, destacando a conexão entre figuras do esporte e da política em um contexto de suspeitas de corrupção eleitoral.
Implicações e próximos passos
A Operação Caixa Preta levanta questões sobre a transparência no processo eleitoral de Roraima e a relação entre poder econômico e político no estado. A ligação entre Samir Xaud e Helena da Asatur, ambos do MDB, reforça a percepção de um grupo político coeso que pode estar utilizando sua influência para fins eleitorais. O bloqueio de R$ 10 milhões nas contas dos investigados sugere que a Justiça Eleitoral busca rastrear movimentações financeiras que possam corroborar as suspeitas de compra de votos.
Enquanto as investigações prosseguem, o caso promete manter Roraima no centro das atenções nacionais. A PF ainda não divulgou detalhes sobre os próximos passos, mas a expectativa é que novas informações venham à tona nas próximas semanas, especialmente com a análise de materiais coletados durante as buscas. Por Alan.Alex / Painel Político