Prado: não há quem resista às raras belezas da praia da foz do rio Cahy em Cumuruxatiba

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Praias, Sol, calor, gente bonita e muitas frutas, é o clima subtropical que caracteriza o litoral do município de Prado e o charme das suas praias primitivas em qualquer época do ano, principalmente no verão. O Prado é o município com a maior malha costeira do Estado da Bahia, com 84 quilômetros de lindas praias. A cidade do Prado e o balneário de Cumuruxatiba possuem luxuosos hotéis e resorts que são visitados por gente do mundo inteiro.
Portão de entrada da Costa das Baleias, o município de Prado é o que dispõe de maior infraestrutura turística na região, atrás apenas de Porto Seguro. Imponentes falésias de tons variados e rara beleza, intercalam-se com planícies, praias mansas de águas mornas e convidativas, piscinas naturais e coqueirais.  As praias de Ibassuaba e Moreira no balneário de Cumuruxatiba, a queda d’água do Tororão e a aldeia de pescadores de Corumbau,  estão entre as mais disputadas atrações do município de Prado.
O Prado tem em seu território a praia de maior valor histórico do Brasil e ponto obrigatório a se visitar para quem vem ao litoral do extremo sul baiano, que trata-se da famosa e mais badalada praia do Cahy, no litoral norte do município, sobre a foz do rio Cahy. O mergulho no rio Cahy é a melhor dica deste atrativo, pois suas nascentes advêm dos Parques Nacionais do Descobrimento e do Monte Pascoal, com águas absolutamente límpidas.
A praia do Cahy é o maior símbolo da Costa do Descobrimento do Brasil por causa da foz do rio Cahy, que, em 1500, foi ponto de desembarque da caravana de Pedro Álvares Cabral capitaneada por Nicolau Coelho, onde estabeleceu contato com os índios tupiniquins e avistaram o monte do Parque Nacional de Monte Pascoal e ali permaneceram por 40 horas atracados às margens do recife de corais do Carapeba até a manhã do dia 24 de abril.
A foz do rio Cahy ganhou este nome pela tripulação portuguesa, em tributo ao cair da tarde daquele dia 22 de abril de 1500 quando chegaram à foz. E o Monte Pascoal ganhou o nome em homenagem à semana da páscoa. Tendo ainda a esquadra cabralina permanecido outras 40 horas em Porto Seguro, onde encontraram um pouso seguro para ancorarem e os outros 6 dias na foz do rio Mutari, em Coroa Vermelha.
A foz do rio Cahy, símbolo principal do descobrimento do Brasil, só deixou de pertencer ao território provinciano de Porto Seguro 355 anos depois da descoberta do Brasil, porque há 160 anos, no dia 23 de abril de 1855, a foz passou a pertencer o município de Caravelas.
Pertenceu Caravelas por 41 anos, até que em 20 de julho de 1896 passou a pertencer o município de Alcobaça. Mas, 22 dias depois, o município de Prado foi criado, em 2 de agosto de 1896, e o limite territorial de Prado foi em direção ao norte até o rio Corumbau; a foz do rio Cahy passou a pertencer ao município de Prado e já são 119 anos de história.

Dos símbolos importantes descritos na história do descobrimento do Brasil, o município de Porto Seguro já perdeu dois deles, em razão do desenvolvimento e emancipação político-administrativa do Estado. Além da foz do rio Cahy com o recife de corais de Carapeba, que hoje pertencem ao Prado, a foz do rio Mutari, em Coroa Vermelha, também deixou de pertencer ao território de Porto Seguro, 333 anos depois da descoberta do Brasil e, hoje, pertence ao município de Santa Cruz Cabrália, há 182 anos. Mas, graças à curva geográfica do rio Corumbau, que deu à luz divisória na época da redemarcação territorial da região, pelo Estado, a pedra do Monte Pascoal no Parque Nacional, continua até os dias atuais em território do município de Porto Seguro.
O escrivão português Pero Vaz de Caminha descreveu a geografia da região da foz do rio Cahy, no município de Prado, em sua primeira carta ao Rei de Portugal, sendo assim a primeira porção de terra avistada pela tripulação de Pedro Álvares Cabral.
Mais de  500 anos se passaram, e o cenário dessa região a partir do rio Cahy ainda é o mesmo do Brasil dos primeiros anos. Só é possível avistar o Monte Pascoal em águas do litoral de Prado, na costa da foz do rio Cahy. A praia do Cahy ainda mantém características da época do descobrimento do Brasil. A foz está há 47 km ao norte da cidade do Prado e há 15 km do balneário de Cumuruxatiba.
Apesar da sua beleza encantadora e da sua biografia inserida na Costa do Descobrimento, a história de Prado só passou a ser contada a partir de 1993, quando da gestão do prefeito Leopoldo de Souza Mendes. Fora quando o Prado se tornou realmente conhecido mundialmente por meio de campanhas publicitárias que mostravam a verdadeira origem do município na história do descobrimento do Brasil. Tanto que em abril de 1996, durante os preparativos da festa dos 500 anos, o então presidente da república, Fernando Henrique Cardoso, reconheceu o esforço do prefeito Leopoldo Mendes e determinou que a história da foz do rio Cahy voltasse a ser contada nos livros didáticos brasileiros.
Ainda distante a 102 km da cidade do Prado, está Corumbau, que em tupy-guarani significa “o fim do mundo e o começo da terra”. O nome traduz a bela paisagem onde a ponta de terra avança para o mar, passando a impressão de que se está no começo ou no fim do mundo. A praia é considerada uma das mais belas do Brasil: o mar é de águas claras, onde se enxerga o fundo, de fina areia branca, com trechos de Mata Atlântica. Os pescadores da aldeia de Corumbau têm como vizinhos os índios pataxós e o Parque Nacional de Monte Pascoal. Aliás, o Monte fica bem visível, desde a estrada que liga Cumuruxatiba a Corumbau. A ponta de Corumbau é a praia do extremo-norte do município de Prado, situada no limite da divisa com o município de Porto Seguro. Por Athylla Borborema.