Pra não dizer que não falei das flores…

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Como diz o título da conhecida canção de Geraldo Vandré, que se tornou o hino de resistência dos grupos que se opunham a Ditadura Militar na década de 60…

Agora, vejo que as massas precisam se levantar e unir forças para dar um sonoro e uníssono grito de BASTA A TANTOS DECRETOS E PORTARIAS que a atual gestão tem assinado.

Entretanto, antes do “vem, vamos embora, que esperar não é poder”, quero falar das flores, pois, havia me programado para elogiar os feitos de JB neste início de gestão e o farei.

O colunista Roberio Sulz foi muito feliz com sua pertinente colocação: “Merecia maior festa, mais visibilidade, a inauguração da Escola Municipal Bom Pastor, instituída com o propósito de oferecer oportunidade aos alunos em descompasso acadêmico com sua faixa etária, ou seja, na chamada defasagem idade-série”. De fato, merecia. Uma escola em tempo integral é um dos passos para o desenvolvimento de uma Nação, e o prefeito demonstrou estar ciente disso, embora, infelizmente, eu não creia que dê muito certo por aqui (Brasil? Teixeira? Entendam como quiserem!), ao menos enquanto tivermos educadores mais preocupados com o salário que com o compromisso social que sua profissão/missão tem, professores que não querem para si a responsabilidade de educar, afirmando que a eles cabe somente ensinar, numa tentativa de diferenciar tais termos, quando, sabem todos que eles podem, por vezes, serem sinônimos. É preciso ler mais Paulo Freire, EDUCADORES, mas, principalmente, absorver sua teoria e entender que vocês educam pelo exemplo, que podem ajudar a formar sujeitos, não objetos da história.

Tenho que citar também um fator que atrapalha o sucesso pleno da escola em tempo integral, bem como de qualquer outra no Brasil: um Estado mais dedicado à obtenção de lucro com a exploração da mão de obra, sobretudo a menos qualificada, com um plano de ensino voltado para formação de sujeitos que atendam aos seus interesses. Parafraseado Carlos Rodrigues Brandão no livro “O que é educação”, a educação está para formar tipos de homens que atendam aos interesses do Estado, assim, existindo tipos de educação: “Um tipo de educação que pode tomar homens e mulheres, crianças e  velhos, para torná-los sujeitos livres que por igual repartem uma vida  comunitária; um outro tipo de educação pode tomar os mesmos homens, das  mesmas idades, para ensinar uns a serem senhores e outros, escravos,  ensinando-os a pensarem dentro das mesmas ideias e com as mesmas palavras,  uns como senhores e outros como escravos” . Enquanto a escola não se rebelar, tendo o ajuda da família, continuaremos reproduzindo a estratificação social no seio escolar.

Mas, o que importa é que ao menos, agora, em Teixeira, muitos adolescentes poderão ficar longe das drogas, estando na escola o dia inteiro. Isso por si já é válido para que o prefeito seja parabenizado, como já fora feito na ocasião da inauguração da escola neste mesmo espaço. Há ainda as mudanças no transporte coletivo, em que, finalmente, se fez valer as regras e os idosos poderão ultrapassar a roleta; houve a limpeza pública, que ainda capenga no quesito coleta, mas, merece destaque.

Só que é preciso continuar a música e dizer para o povo que “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Os urubus estão voltando, a MRM segue destruindo a cidade, convindo autoridades a dar um passeio pela rua Mauá para verem o que a chuva fez, tudo acontecendo enquanto o prefeito assina decretos e portarias, coitado. Por isso, darei um alerta: na quinta-feira, conforme Ascom da prefeitura, JB assinou outro decreto de emergência, agora, “com o objetivo de minimizar os efeitos da estiagem que afeta a região e o impacto na economia local”. Só para informar, faltam alguns dias para terminar a validade do primeiro e ele já vem com outro, de 90 dias também. Cabe sempre salientar que durante este período compras são feitas sem licitações. Já iremos, com isso, para 180 dias de liberação total na prefeitura. Se há fraudes com licitações, imaginem sem elas?

Tenho medo que, ao findar estes 90 dias, estejamos “sofrendo” com as intensas chuvas e o prestimoso prefeito queira outro decreto, agora, em prol dos atingidos pelas águas pluviais. Só avisei… mas, se voz apraz saber: elogiei antes (as flores). Agora, ninguém pode dizer que apenas “bato”, certo?!