Possível ida de Kennedy Alencar para a Vale pode pacificar as relações com o governo Lula

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Jornalista tem bom trânsito no governo e no Judiciário; novo CEO, Gustavo Pimenta, resolveu o principal desafio da empresa, ao assinar o acordo de Mariana

(Foto: REUTERS/Washington Alves/Arquivo | Divulgação)

247 – A mineradora Vale está prestes a concretizar uma significativa mudança em sua estratégia de relações institucionais ao concretizar a contratação de Kennedy Alencar, conhecido jornalista e comentarista com vasta experiência política em Brasília e São Paulo. A chegada de Alencar, que atua atualmente na Rede TV! e no UOL, deve ocorrer em novembro, em um movimento calculado pelo novo CEO da Vale, Gustavo Pimenta, para pacificar as relações com o governo do presidente Lula, com quem Kennedy tem forte interlocução.

Essa escolha estratégica de Pimenta visa apaziguar o clima recente entre a mineradora e o governo, principalmente após a tentativa frustrada de nomeação do ex-ministro Guido Mantega ao conselho da Vale, que encontrou resistência dos acionistas da empresa. O movimento de integrar Kennedy diretamente à estrutura da presidência sinaliza a intenção de alinhar as prioridades da mineradora com as do governo – o que é visto com bons olhos pelo mercado, uma vez que a Vale depende de várias licenças e concessões de agências e órgãos federais.

Gustavo Pimenta já demonstrou habilidade em enfrentar desafios complexos desde que assumiu o comando da Vale. Recentemente, ele anunciou um acordo robusto relacionado ao desastre de Mariana, ocorrido em 2015, que vitimou 19 pessoas e trouxe enormes impactos socioambientais. O acordo, avaliado em R$ 170 bilhões, compromete a empresa a compensar danos e recuperar áreas afetadas em Minas Gerais e Espírito Santo, com R$ 100 bilhões em pagamentos ao longo de 20 anos e R$ 32 bilhões dedicados ao assentamento e à recuperação ambiental. Em declaração durante o evento, Pimenta ressaltou a relevância do acordo: “Foi uma solução mutualmente benéfica para todas as partes envolvidas”, ao frisar que ele foi elaborado em um diálogo transparente com os afetados.

Essa postura de diálogo é considerada essencial para a mineradora, que ainda enfrenta ações na Justiça britânica, onde a responsabilidade da BHP Billiton, parceira na Samarco, é julgada em relação ao rompimento da barragem. Alexandre d’Ambrosio, vice-presidente de assuntos corporativos, reforçou a confiança de que o acordo brasileiro oferece uma base sólida de defesa frente a essas disputas internacionais.

A possível integração de Kennedy Alencar à Vale simboliza não apenas uma iniciativa para melhorar as relações institucionais com o governo, mas também uma busca pela estabilidade que permita à empresa focar em suas operações e obrigações sociais, sem atritos desnecessários com o poder federal.

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