
247 – O porta-voz da China, Zhao Lijian, afirmou que o Brasil e o país asiático “têm colaborado nos testes de vacinas, e nós acreditamos que essa colaboração irá ajudar na vitória final sobre o vírus na China, no Brasil e ao redor do mundo”. A informação foi publicada pela coluna de Marcelo Ninio, no jornal O Globo.
A declaração foi concedida após Jair Bolsonaro anunciar que o governo não comprará doses da CoronaVac, vacina contra o coronavírus desenvolvida pela Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo. Ao todo, 46 milhões de doses seriam compradas.
Mesmo após o posicionamento do porta-voz, Bolsonaro voltou a fazer ataques ao país asiático, desta vez, com uma conotação racista. Ele disse que a vacina Coronavac não possui credibilidade “pela sua origem”. “Existe um descrédito muito grande por parte da população, até porque, como muitos dizem, esse vírus teria nascido lá”, acrescentou.
Na noite dessa quarta-feira (21), Bolsonaro afirmou que a decisão do governo federal em não comprar a vacina chinesa é definitiva. “O governo já tomou a decisão, e essa decisão é definitiva. Não vamos comprar a vacina chinesa, porque não há vacina pronta”.
A postura de Bolsonaro reflete uma subserviência aos Estados Unidos, que veem o país asiático como uma ameaça à soberania norte-americana no mundo. Na segunda-feira (19), por exemplo, Brasil e EUA assinaram um pacote comercial que, dentre alguns requisitos, prevê o banimento da tecnologia 5G da China em território brasileiro.
Atualmente, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking global de pessoas infectadas pela Covid-19 (5,3 milhões), atrás da Índia (7,7 milhões) e dos EUA (8,5 milhões). Em número de mortes, o governo brasileiro contabiliza 155 mil – perde somente para os americanos (227 mil).
A China, onde começou o surto, ocupa a 54ª colocação em quantidade de casos (85 mil). O país tem 4,6 mil óbitos provocados pela pandemia.