Lava Jato e golpe contra a presidenta Dilma Rousseff levaram ao sucateamento dos estaleiros
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247 – Uma série de autoridades e representantes da classe trabalhadora discursaram no evento da assinatura de contrato de ampliação da frota da Petrobras e Transpetro com o consórcio formado pelos estaleiros Ecovix, de Rio Grande (RS), e Mac Laren, de Niterói (RJ), em Rio Grande (RS), nesta segunda-feira (24).
A cerimônia marca a retomada da indústria naval, após a Operação Lava Jato criar o “cemitério dos estaleiros” no Brasil. Com o desmonte, embarcações passaram a ser importadas de outros países, como Cingapura, Coreia do Sul, China e Emirados Árabes Unidos. Além disso, o governo de Michel Temer levou à paralisação do Polo Naval de Rio Grande e à suspensão da produção de plataformas para exploração de petróleo.
Em um dos discursos iniciais, um trabalhador relatou o processo de demissões em massa causado pela destruição da engenharia nacional pela Lava Jato. “A tristeza arrasou em 2016, quando 5 mil trabalhadores foram demitidos e paralisamos as atividades de construção das plataformas”, afirmou.
A Ecovix foi criada em 2010 como braço de construção naval do grupo de engenharia Engevix, que foi alvo da Lava Jato. À época, havia o contrato para a fabricação de cascos de plataformas da Petrobras para a exploração de petróleo e gás natural.
O impacto foi devastador para os trabalhadores, como afirmou o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Ele declarou que a destruição do setor após o golpe contra a presidente Dilma Rousseff foi devastador, detalhando:
“Chegamos em 2014 com quase 100 mil trabalhadores em obras relacionadas ao setor naval. Depois do golpe contra a presidenta Dilma, isso foi caindo, chegando em 2019, a 37 mil trabalhadores. Estamos recuperando isso. O presidente Lula reconstrói a indústria naval e o Brasil”.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também destacou o papel do governo Lula na retomada da indústria: “Tentaram entregar tudo, perdemos empregos e tentaram destruir a história da Petrobras, que é uma força imprescindível da indústria nacional. O presidente Lula está trazendo dignidade para a indústria nacional novamente”.
Assim como o vice-presidente e o ministro da Indústria, Geraldo Alckmin: “Indústria naval é soberania nacional, inovação e logística”.
A Petrobras terá um papel central nessa retomada. A presidente da estatal, Magda Chambriard, anunciou que está interessada em explorar o petróleo na Bacia de Pelotas.
Os investimentos na Bacia de Pelotas trarão “contribuições inestimáveis” ao estado do Rio Grande do Sul, disse Chambriard, mencionando os investimentos previstos para as duas refinarias no estado, uma delas a primeira biorrefinaria do país, e a produção de 44 novas embarcações da classe Handy até 2029.
Ao menos quatro navios serão construídos no Estaleiro Rio Grande.
Segundo ela, a Bacia de Pelotas é “muito similar à Bacia da Namíbia, que é chamada de “Nova Guiana”. Temos que procurá-lo aqui no Rio Grande do Sul”. Chambriard afirmou que 29 blocos foram contratados na Bacia de Pelotas, prevendo que as expansões em outros locais de extração também irão bombar.
Em relação às novas embarcações, ela afirmou que o apoio do governo do presidente Lula foi fundamental para a garantia de um conteúdo nacional de 65% nas 44 novas embarcações.
Ao longo do evento, a plateia gritava “Lula, guerreiro, do povo brasileiro” e “Sem Anistia”.