Polícia esclarece dezenas de mortes em Eunápolis e Porto Seguro

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Depois de um ano de investigação, a Polícia Civil apresentou na sexta-feira (7), no auditório da 23ª Coorpin, o resultado da Operação Matinha II. Uma quadrilha composta por nove pessoas é apontada como responsável por homicídios, tráfico de drogas, roubos e aquisição ilegal de armas de fogo nos municípios de Eunápolis e Porto Seguro.

Bando atuava no Extremo Sul ordenando mortes a partir do Conjunto Penal de Teixeira de Freitas.

Acusados de liderar a organização criminosa, os irmãos Ednaldo Pereira Souza e Reinaldo Pereira Souza – conhecidos como “Dada” e “Rena”, respectivamente, operavam de dentro de um presídio.

O delegado Evy Paternostro – coordenador da 23ª Coorpin, informou que o foco principal do inquérito foi o tráfico de drogas em Vera Cruz, distrito de Porto Seguro, que nos últimos meses vem sofrendo muito com a escalada da violência.

Ainda segundo o delegado, alguns crimes ordenados por “Dada” e “Rena”, eram executados por Marcos José Costa Silva, conhecido como “Bira” ou “Coroa”.

Entre os assassinatos atribuídos à quadrilha, estão o da ativista social Norma Santos Miranda, 57 anos, em agosto deste ano, e de Gutemberg Lima de Souza, 24, o “Gutão”.

Conforme o delegado, a ativista Norma foi morta porque os bandidos imaginaram que ela seria informante da polícia.

“A investigação apurou que Norma, em ato de extrema solidariedade, fazia levantamento de casas por conta de uma estrada que seria construída em Vera Cruz. Mas, o local era reduto de marginais liderados por Coroa. Então, eles imaginaram que ela estivesse tirando fotos para subsidiar a polícia e por conta disso foi assassinada”, afirmou o delegado Evy Paternostro.

Dois suspeitos de executar Norma tiveram mandato de prisão decretado e seguem foragidos. Uma terceira pessoa foi morta no mês passado.

Outro homicídio que repercutiu em Eunápolis foi o de “Gutão”. O delegado declarou que a ordem também partiu de “Dada”.

“Tudo começou depois que ‘Gutão’ invadiu o bairro Parque da Renovação, para matar traficantes do grupo de ‘Dada’, que resultou na morte do adolescente Caíque, por bala perdida”, frisa o delegado. “Por conta disso, ‘Dada’ se revoltou e determinou que seus subordinados empreendessem todos os esforços para que ‘Gutão’ fosse morto, fato consumado em 27 de maio deste ano”, prossegue o delegado.

RDD – O delegado informou também que como o cumprimento de pena de “Dada” e “Rena” está sendo inócuo – eles gozam de proteção oficial do Estado para orquestrar crimes na região, a Justiça determinou que os dois fossem transferidos do presídio de Teixeira de Freitas para o sistema prisional de Serrinha, onde vão ficar no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Além de “Dada” e “Rena” estão incluídos no RDD, Gerry Adriane de Jesus Rocha, o “Gago”, Valdivan Mendes de Jesus, conhecido como “Bidico”.

Durante as incursões policiais em áreas de atuação da quadrilha, mais de 100 quilos de drogas foram apreendidos pelas equipes da 23ª Coorpin.

Além dos líderes do bando, estão presos Marcos José Costa Silva, o “Bira” ou “Coroa”; Jalison Silva Mendes, conhecido como “Galego”, “Roche” ou “Boca de Prata”; Roniclei Vieira de Jesus, o “Roni”; Ingrid Santos de Jesus, a “Nô”; e Rafael Pereira da Silva. Outras vítimas de homicídios da quadrilha foram identificadas como Carlos Agnaldo Araújo, Alenilson Ramos dos Santos, Marcolino de Almeida, Roniel Souza da Silva, Juliano Gularte dos Santos, Lucas Leal Gomes e Daiane Lima Fernandes, a “Lady Dai”. Durante as investigações, também foram elucidados quatro homicídios praticados por rivais da quadrilha desarticulada. Por Redação Radar64.