Paramilitares usavam desvio da Rio-Santos quando foram interceptados na noite de quinta. Entre os suspeitos mortos durante confronto com policiais, estavam Cabo Benê, ex-PM ligado ao grupo de Wellington da Silva Braga, o Ecko

O ponto onde uma força-tarefa das polícias Rodoviária Federal (PRF) e Civil do Rio de Janeiro interceptou um comboio de milicianos na noite desta quinta-feira (15) em Itaguaí, Região Metropolitana do Rio, fica em uma rota usada por três anos pelos paramilitares para fugir das forças de segurança.

O grupo era monitorado havia 15 dias. Ao serem interceptados nesta quinta, os milicianos entraram em confronto com a polícia, e 12 suspeitos morreram. Um policial foi ferido sem gravidade.
Entre os mortos, está o ex-policial Carlos Eduardo Benevides Gomes, o Cabo Benê, apontado pela polícia como o chefe da milícia em Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio, e um dos homens mais procurados do RJ.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/l/0/dGJSVgSPWhT21yb6UGTg/16disq.jpeg)
Cartaz de procurado de Cabo Benê — Foto: Reprodução
A rota pegava um desvio da rodovia Rio-Santos a fim de evitar um posto da PRF. Cerca de 500 metros antes da unidade, há uma saída para uma concessionária e uma via auxiliar.
Segundo o Ministério Público do RJ, os milicianos se reuniam regularmente no bairro Chaperó, em Itaguaí. Quem ia para o local saindo da Zona Oeste do Rio pegava esse desvio.

Como foi a ação
De acordo com o delegado Rodrigo Oliveira, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Polícia Civil, os suspeitos atiraram tão logo foram abordados.
“Nós paramos um carro no início da via secundária, e um outro carro fechou a parte traseira. Do primeiro veículo, desceu um criminoso que já saiu disparando e atingiu um policial no peito, só que, com o colete à prova de balas, ele foi protegido pelo colete. A partir daí começou o confronto”, explicou o delegado.
Na manhã desta sexta (16), ainda era possível ver no local do confronto cápsulas de fuzil e de pistola, além de marcas de sangue.
Segundo Fabrício Oliveira, coordenador da Coordenadoria de Operações Especiais (Core), até esta quinta-feira nenhum cerco havia sido bem-sucedidos.
“Para eles, se entregar não é uma opção, e só são parados com a força da ação policial”, disse Fabrício.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/7/A/6pIvUQRX26p4WQ0xgwQA/armas.jpg)
Polícia apreendeu oito fuzis, metralhadoras, granadas, pistolas e munição durante ação que deixou 12 milicianos mortos — Foto: Henrique Coelho / G1
O coordenador da Core disse ainda que já havia informações a respeito das rotas utilizadas pelos criminosos.
“Já havia, sim, a informação do deslocamento de grandes comboios de criminosos armados de fuzis naquela região. Mas eles não guardam um padrão de deslocamento, a gente sabe de algumas rotas que eles fazem”, explicou.
“A partir dessas informações preliminares, passamos a desenvolver esse planejamento de uma ação muito sensível. Quando tivemos a confirmação desse comboio que vinha da Avenida Brasil em direção a Itaguaí, a gente conseguiu montar um cerco e fazer essa abordagem, que resultou nessa grande apreensão de armas”, detalhou.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/R/J/9YzIWnRfqOFAj6EI7ABA/apreensao-de-armas-em-itaguai.jpg)
Apreensão de armas e munição após confronto em Itaguaí — Foto: Divulgação/Polícia Civil. Por Henrique Coelho, G1 Rio