Responsáveis pela engrenagem financeira da Carbono Oculto caminham para entregar detalhes do esquema e dos agentes políticos envolvidos
Agentes da Receita Federal durante ação conjunta da Operação Carbono Oculto, que investiga esquema de lavagem de dinheiro no setor de combustíveis (Foto: Divulgação/Receita Federal)
247 – Os principais investigados na Operação Carbono Oculto, que desbaratou um megaesquema de lavagem de dinheiro no setor de combustíveis, decidiram avançar nas negociações para firmar delação premiada. A iniciativa, que pode atingir políticos de Brasília e São Paulo, confirma o cenário antecipado pelo Metrópoles em outubro e foi reafirmada neste domingo pelo colunista Lauro Jardim, em O Globo.
Segundo o Metrópoles, Roberto Augusto Leme da Silva, o Beto Louco, passou a considerar a colaboração como condição para retornar ao Brasil. Agora, de acordo com a confirmação publicada por Lauro Jardim, as conversas evoluíram e os responsáveis pela engrenagem financeira da Carbono Oculto caminham para entregar detalhes do esquema e dos agentes políticos envolvidos.
Informações consolidam avanço da delação
O colunista de O Globo revelou que as tratativas estão em estágio avançado, confirmando integralmente o que já havia sido divulgado pelo Metrópoles: Beto Louco deve relatar a participação de políticos ligados ao centrão, preservando integrantes do PCC, com quem mantinha relações operacionais no fluxo de lavagem de dinheiro.
Outro investigado central, Mohamad Hussein Mourad, ligado à refinaria Copape, permanece foragido e não demonstra o mesmo interesse em colaborar. Ambos estariam escondidos no Líbano, após período em Dubai.
Esquema envolvia toda a cadeia de combustíveis e fundos de investimento
Como já descrito pela coluna de Mirelle Pinheiro, no Metrópoles, Beto Louco coordenava uma estrutura que incluía fraudes contábeis, manipulação de fundos de investimento e empresas de fachada usadas para blindar o patrimônio da organização criminosa. O esquema envolvia toda a cadeia produtiva de petróleo, das usinas aos postos, irrigando o caixa paralelo de grupos criminosos e ampliando a influência de seus operadores sobre setores da política.
Com a delação em andamento, cresce a expectativa sobre quais nomes do cenário político serão citados e como isso afetará articulações em Brasília e São Paulo.


