Leia abaixo a carta de Dom Jailton para a Diocese.
Mensagem de Dom Jailton de Oliveira Lino à Diocese de Teixeira de Freitas/Caravelas
O Santo Padre nomeou bispo da Diocese de Itabuna (BA), nesta terça-feira (25/02), dom Jailton de Oliveira Lino, P.S.D.P., transferindo-o da Sé de Teixeira de Freitas/Caravelas.
Dom Jailton de Oliveira Lino nasceu em 28 de janeiro de 1965 em Feira de Santana, na Arquidiocese Metropolitana de mesmo nome, no Estado da Bahia. Completou seus estudos em Filosofia e Teologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul em Porto Alegre (RS).
Fez sua profissão religiosa em 1º de janeiro de 1985 na Congregação dos Pobres Servos da Divina Providência (Dom Calabria) e foi ordenado sacerdote em 17 de dezembro de 1988.
Desempenhou os seguintes cargos: Formador e Superior da Comunidade de Farroupilha (RS); Vice-Provincial e Mestre de Noviços em Porto Alegre-RS; Delegado Provincial e Tesoureiro da Delegação Nossa Senhora Aparecida em Porto Alegre.
Em 15 de novembro de 2017, foi nomeado Bispo de Teixeira de Freitas-Caravelas, recebendo a ordenação episcopal em 13 de janeiro seguinte. Desde 30 de outubro de 2024 é Administrador Apostólico da Diocese de Itabuna.
Em sua saudação, a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) diz ter recebido “com alegria e espírito de fraternidade a notícia de sua nomeação como novo bispo da Diocese de Itabuna, na Bahia. Sua transferência da Diocese de Teixeira de Freitas/ Caravelas é um reflexo da confiança do Papa Francisco em sua capacidade pastoral e evangelizadora”.
Mensagem de Dom Jailton de Oliveira Lino à Diocese de Teixeira de Freitas/Caravelas
Caríssimos irmãos e irmãs,
Para tudo há um começo e um fim. Aplica-se também ao mandato que o bispo recebe do Senhor Jesus através do Papa Francisco. Mas nem tudo acaba porque há uma transferência. Para nós é só hora de dizer ciao. Uma saudação que começou há 7 anos e que nos dá a medida do tempo que passamos encontrando rostos, caminhando pelas ruas, entrando nas casas, descobrindo e enantando-nos como crianças com tantas coisas maravilhosas 9ue contemplam os. Lugares encantadores e únicos que se tornam seus, pertencem a você, tomam-se história, sim, sua própria história.
E à medida que avançamos no tempo, percebemos que, como crentes em Jesus Cristo, navegamos nas águas da história, atravessando mares que conduzem ao objetivo da eternidade.
Vivi esse tempo junto com vocês, mergulhando entre vocês, rio de vida que expressa sua face mais bela na festa de São Pedro, no dia 29 de julho, nas festas dos padroeiros de todas as outras paróquias e comunidades. Como muitos riachos que convergem para o único leito capaz de nos conter a todos e de descobrir que somos uma só água, uma só família, um só povo, a única Igreja em movimento. Estamos vivendo isto especialmente nestes anos de caminho sinodal
Cada rosto, na sua singularidade, é uma riqueza que me foi dada para ser impressa no meu, na esperança de poder mostrar o rosto de Deus. Sozinhos somos sempre perdedores, juntos, partilhando tudo, somos sempre vitoriosos porque somos capazes de traçar novos caminhos, semear sementes de paz, de fraternidade e nutrir esperança. Este rio corre sempre com a mesma intensidade, deixando sinais de vida porque irriga a vida de todos e a toma fecunda para que todos possam comer e desfrutar dos frutos produzios por todos.
Sete anos durante os quais também eu, como vosso bispo, na minha humanidade e esforço por viver a humildade me deixei levar pela corrente da graça de Deus que atravessa todos os tempos, portanto também este nosso tempo, tendo que enfrentar junto convosco alegrias e tristezas, entusiasmos e dores, vida e morte. Juntos marcados da mesma forma pelos acontecimentos que em alguns momentos nos colocaram na na atenção do Brasil, como as enchentes que enfrentamos e sofremos juntos; outras vezes ficamos consternados e assustados junto com toda a humanidade devido à pandemia. Compreendemos que a participação, colaboração e ajuda de todos se torna expressão de uma comunidade que nào desiste e não vive de memórias, mas que continua a escrever novas páginas de história que continuarão a ser lidas por aqueles que tiveram a sorte de herdar o nosso tempo.
Tudo isto, como pastor de Teixeira de Freitas/Caravelas, levou-me a abrir ainda mais o meu coração para um amor maior. Eu consegui* Não cabe a mim dizê-lo, mas Aquele que me chamou, me estabeleceu e me enviou entre vocês até hoje e, a partir de agora, na terra de Itabuna — Costa do Cacau. Estou certo de uma coisa que o Senhor continua a repetir-me: “A minha graça te basta”.
O que digo em Teixeira de Freitas digo-o para cada cidade e Paróquia da dua Diocese.
Estou escrevendo para ti Teixeira de Freitas/Caravelas. Recebeste-me no dia 09 de fevereiro de 2018 e agora acompanhas-me a Itabuna, com o inevitável pesar, mas com a consciência de que escolhi o lema: “Não vos angustieis” E com o mesmo espírito e entusiasmo renovado vou para a Itabuna. Você, Teixeira de Freitas/Caravelas, sei que sempre me acompanhará com suas orações e com a confiança do meu ministério episcopal à Virgem Mãe Imaculada. Eu agradeço. Sentirei falta dos caminhos, das pedras, dos rostos que se tornaram familiares e que continuarei a saudar e abençoar, mas tenho a certeza de que aprenderei a percorrer novos caminhos e a encontrar, saudar e abençoar novos rostos.
Teixeira de Freitas/Caravelas querida e amada, como uma noiva, não se esqueça da sua história, dos homens e mulheres que te deram à luz e te fizeram bela aos olhos de todos. Há o suor e as lágrimas que ainda exalam das tuas paragens; o sofrimento e a injustiça sofrida, a luta e o resgate muitas vezes pagos com o sangue dos vossos filhos; as costas dobravam-se para trabalhar a terra, amassar o pão, lavar a roupa, recolhendo cada gota de água como riqueza preciosa e guardando-as em cisternas escavadas.
Não se esqueça, Teixeira de Freitas/Caravelas, das mentes daqueles que acreditaram em você, na sua redenção, dos corações que souberam amar, das inteligências que souberam planejar o bem de todos. Abandone toda forma de briga e aja através de um plano sério e compartilhado que saiba defender seu território, sua terra a ser protegida e salvaguardada, “Não se esqueça que a terra tem prazer em sentir seus pés descalços e os ventos desejam intensamente brincar com seus cabelos” (Kahlil Gibran). Atuai pelo bem dos vossos jovens que desejam continuar próximos dos vossos braços e que, infelizmente, muitas vezes têm de se afastar de vós, do vosso carinho, por falta de trabalho, de estudo e de perspectivas de futuro.
Não se esqueça, Teixeira de Freitas/Caravelas, dos objetivos alcançados e não descanse sobre os louros alcançados. Cuide da sua beleza e da sua história para que até o passado seja conhecido pelos seus filhos e habitado para ser vivenciado por meio de iniciativas bem direcionadas.
Finalmente, um desejo. O bispo muda, outro chegará. O estilo certamente mudará porque cada um de nós é único e irrepetível, ou, como diria o futuro santo Carlo Acutis, ninguém é fotocópia, mas se enquadrarà num caminho que a Igreja de Teixeira de Freitas/Caravelas já está seguindo. Conhecerá estas Igrejas, o território, as pessoas, os problemas e saberá enfrentà-los num diálogo respeitoso e contínuo com as instituições civis. Por outro lado, juntos, apesar da diversidade de funções, somos chamados a servir as mesmas pessoas e a mesma terra.
Desejo que todos sejam Caminhantes da Esperança a nossa terra do Extremo Sul da Bahia precisa muito dela.
Abraço-vos um a um, abençoo-vos e confio-vos à Virgem Maria Imaculada e a São Pedro, o querido Padroeiro desta Diocese, meu primeiro amor como bispo.
Teixeira de Freitas, 25 de fevereiro de 2025
Dom Jailton de Oliveira Lino, psdp
Bispo eleito de Itabuna
