Os perigos em estar (sempre) online

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A internet é um dos problemas do período em que vivemos, pesquisas informam que não há dados para se expressar com exatidão o número de viciados em internet no mundo, porém, afirmam que a quantidade vem crescendo paulatinamente, conforme explicitado por especialista do Proad (Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Aderbal Vieira. Mas, dados de 2015 dão conta de que o mundo tem 3,2 bilhões de pessoas conectadas.
O escritor Jair Ferreira no livro “O que é pós-modernidade” responde a tal indagação feita no título da obra afirmando tratar-se do termo aplicado às mudanças ocorridas nas ciências, nas artes e nas sociedades avançadas desde 1950. Ao discorrer sobre o assunto, ele explicita bem que o pós-modernismo está ligado, sobretudo, aos avanços tecnológicos. E, é óbvio, que isso é notório. Vivemos na era pós-moderna, sabemos que as questões envolvendo a grande Rede não são as únicas. Vemos a todo instante surgirem novas tecnologias, é um eterno superar-se com relação às invenções de aparelhos e produtos cada vez mais inovadores e modernos. O celular de alguns meses atrás (numa perspectiva otimista) é considerado fora de moda atualmente, por exemplo.
Vê-se que a tendência disseminada pelo mercado capitalista é aquela em que as coisas precisam envelhecer rápido. Mas, por quê? Porque o consumismo exacerbado necessita ser estimulado, do contrário, como o capitalismo resistirá? Para que o sistema político e econômico atual persista por muito mais tempo, com suas práticas exploratórias, excludentes e alienantes, é preciso aquilo que o move: capital. O que antes era conseguido somente com a exploração do homem pelo homem, agora, também, usa-se das modernas maneiras de alienar para se conquistar – a indução ao consumo, o endividamento. O que obriga, muitas vezes, a classe trabalhadora, a entregar-se a rotinas estressantes de trabalho, a fim de manter o estabelecido pela classe dominante para ela, que diz que para se inserir nesta sociedade faz-se necessário que você esteja por dentro das últimas tendências do mercado, criando o homem coisa, como já falado neste espaço.
Os que não se adéquam estão fadados a permanecerem à margem das relações sociais de poder que movimentam o mundo, ou seja, marginalizados duas vezes, pois, na verdade, a inclusão trazida pela adaptação ao modelo de consumismo do capital gera uma falsa ideia de pertencimento, uma vez que, os indivíduos da classe subalternizada, os proletários, jamais terão acesso ao lucro obtido por meio da mais-valia, o mais-valor (termos marxistas). Ao contrário, são eles que o produzem. Assim, são alienados, entregam nas mãos de outrem o direito de decisão sobre o que é, de fato, indispensável para sua sobrevivência e afundam-se em luxuosas compras. Em últimas palavras, os avanços tecnológicos trouxeram inúmeros problemas, desde o prazer de ficar on-line, em interação o dia inteiro, até o consumismo exagerado, todos problemas que podem ser resolvidos a partir de um despeitar crítico por parte da população.