Os benefícios da terapia de reposição hormonal (TRH) na menopausa

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Muitas mulheres sofrem com os típicos sintomas menopausais: ondas de calor, pele seca, dores de cabeça, diminuição do desejo sexual, secura vaginal, alterações de humor, dentre outros. Durante o período, o ovário cessa sua produção de hormônios sexuais, com destaque para os estrogênios, o que acarreta em instabilidade em algumas funções neuropsíquicas, metabólicas e físicas.
Este hormônio, aliás, está relacionado ao padrão de distribuição da gordura corporal, além de ser o responsável pela ­ fixação do cálcio nos ossos – por isso, após a menopausa, grande parte das mulheres sofre, também, com a osteoporose.
A terapia de reposição hormonal (TRH) tem por objetivo amenizar os sintomas da menopausa, indicada quando a qualidade de vida é afetada. Os benefícios são inúmeros: além da melhora dos sinais
típicos, pode reduzir os níveis de colesterol e o risco de diabetes tipo 2, contribuir na prevenção de fraturas osteoporóticas, assim como restabelecimento no humor e sono na transição menopausal.
Preocupa mesmo os riscos: o estrogênio, quando administrado por via oral, pode aumentar os níveis de triglicérides e as chances de desenvolver trombose venosa. Quando utilizado em conjunto com progestagênio (hormônio similar à progesterona) pode aumentar o risco para o câncer de mama.
O dr. Luciano de Melo Pompei, membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP) e vice-presidente da Associação Brasileira de Climatério (Sobrac), afirma que a possibilidade de câncer de mama em decorrência da terapia hormonal, na verdade, é de pequena magnitude. Por outro lado, a reposição de estrogênio e progestagênio pode contribuir para a prevenção de outros cânceres, tais como os de intestino grosso e de endométrio.
De acordo com o ginecologista, os benefícios da TRH sobrepõem os riscos quando indicada às pacientes com até dez anos de menopausa.
“Para mulheres saudáveis que apresentam sintomas da menopausa, especialmente nos primeiros anos, a terapêutica hormonal é mais benéfica do que de risco, por isso, é preciso iniciá-la no tempo correto”, comenta Pompei. Não há uma resposta universal quanto à duração da TRH, pois cada mulher deve ser avaliada individualmente. O acompanhamento médico é essencial, pois somente o ginecologista saberá o que cabe ou não cabe indicar à paciente.
Segundo o Consenso Brasileiro de Terapêutica Hormonal da Menopausa, produzido pela Associação Brasileira de Climatério (Sobrac) em 2014, a terapia deve ser suspensa assim que não houver mais benefícios à saúde da mulher.
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