O vício atual

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A internet é um dos problemas do período em que vivemos, 32,3 milhões de domicílios brasileiros em 2014 tinham acesso. Pesquisas informam 81,5 milhões de pessoas navegaram na internet por meio de um celular em 2014. Nos países asiáticos a situação é ainda mais preocupante, estima-se que o número de compulsivos gira de 5% a 10% do total de internautas no mundo (estimados em 1,3 bilhão de pessoas, de acordo com o Internet Wolrd Stars).
O escritor Jair Ferreira no livro “O que é pós-modernidade” responde a tal indagação feita no título da obra, afirmando tratar-se do termo aplicado às mudanças ocorridas nas ciências, nas artes e nas sociedades avançadas desde 1950. Ao discorrer sobre o assunto, ele explicita bem que o pós-modernismo está ligado, sobretudo aos avanços tecnológicos. E, é óbvio, que isso é notório. Vivemos na era pós-moderna, sabemos que as questões envolvendo a grande Rede não são as únicas. Vemos a todo instante surgirem novas tecnologias, é um eterno superar-se com relação às invenções de aparelhos e produtos cada vez mais inovadores e modernos. O celular de alguns meses atrás (numa perspectiva otimista) é considerado fora de moda atualmente, por exemplo.
Vê-se que a tendência disseminada pelo mercado capitalista é aquela em que as coisas precisam envelhecer rápido. Mas, por quê? Porque o consumismo exacerbado necessita ser estimulado, do contrário, como o capitalismo resistirá? Para que o sistema político e econômico atual persista por muito mais tempo, com suas práticas exploratórias, excludentes e alienantes, é preciso aquilo que o move: capital. O que antes era conseguido somente com a exploração do homem pelo homem, agora, também, usa-se das modernas maneiras de alienar para se conquistar – a indução ao consumo, o endividamento. O que obriga, muitas vezes, a classe trabalhadora, a entregar-se a rotinas estressantes de trabalho, a fim de manter o estabelecido pela classe dominante para ela, a qual diz que para se inserir nesta sociedade faz-se necessário que você esteja por dentro das últimas tendências do mercado, criando o ‘homem coisa’, como já falado neste espaço.
Os que não se adéquam estão fadados a permanecerem à margem das relações sociais de poder que movimentam o mundo, ou seja, marginalizados duas vezes, pois, na verdade, a inclusão trazida pela adaptação ao modelo de consumismo do capital gera uma falsa ideia de pertencimento, uma vez que, os indivíduos da classe subalternizada, os proletários, jamais terão acesso ao lucro obtido por meio da mais-valia, o mais-valor (termos marxistas). Ao contrário, são eles que o produzem. Assim, são alienados, entregam nas mãos de outrem o direito de decisão sobre o que é de fato indispensável para sua sobrevivência e afundam-se em luxuosas compras.
Em últimas palavras, os avanços tecnológicos trouxeram inúmeros problemas, desde o prazer de ficar on-line, em interação o dia inteiro, até o consumismo exagerado, todos os problemas que podem ser resolvidos a partir de um despertar crítico por parte da população. São milhões com acesso a internet, mas, lhes falta
Inda bem que o Whats voltou em menos de 48 horas, né?!