Palíndromo, segundo o dicionário Houaiss, “diz-se de ou frase ou palavra que se pode ler, indiferentemente, da esquerda para direita ou vice-versa”: osso, Ana, radar, Renner, Roma é amor, orava o avaro, socorram-me subi no ônibus em Marrocos…
Palíndromo vem do grego: palin (=de novo, com repetição, em sentido inverso) + dromo (=caminho, curso, pista). Palindromia é “a reincidência ou agravamento de uma doença” e palinfrasia é “a repetição doentia das palavras ou frases”.
Na definição da Grande Enciclopédia Larousse Cultural, palíndromo se refere não só a palavras e frases como também a números: 121, 4554, 378873…
Para esse caso, o dicionário Houaiss nos apresenta a palavra capicua: “sequência de algarismos que permanece a mesma se lida na ordem direta ou inversa (exemplo: 13231)”. No dominó, é a pedra que pode ganhar o jogo porque se encaixa em qualquer uma das duas pontas. Capicua também pode ser o indivíduo sexualmente ativo e passivo. A origem mais provável de capicua seja capi (do latim caput = cabeça) + cu (=a parte traseira) + a.
Assim sendo, os anos de 1991, 2002 e 2112 são capicuas.
A dica
Verbos – parte 19
Eu VALHO ou VALO?
O certo é VALHO.
A irregularidade do verbo VALER é apresentar “lh” na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo e, consequentemente, em todo o presente do subjuntivo:
PRESENTE DO INDICATIVO PRESENTE DO SUBJUNTIVO
Eu VALHO – que eu VALHA
Tu vales – que tu VALHAS
Ele vale – que ele VALHA
Nós valemos – que nós VALHAMOS
Vós valeis – que vós VALHAIS
Eles valem – que eles VALHAM
O verbo EQUIVALER segue o verbo VALER:
Que ele VALHA – “É necessário que isto se EQUIVALHA…”
Quando você VER ou VIR?
O certo é “quando você VIR o filme”.
O futuro do subjuntivo do verbo VER é VIR:
Quando eu VIR, tu VIRES, ele VIR, nós VIRMOS, vós VIRDES, eles VIREM.
O futuro do subjuntivo do verbo VIR é VIER:
Quando eu VIER, tu VIERES, ele VIER, nós VIERMOS, vós VIERDES, eles VIEREM.
Os derivados do verbo VER (=antever, prever, rever…) seguem o verbo primitivo:
Eu vejo – eu prevejo (=pres. ind.)
Ele vê – ele prevê
Eles veem – eles preveem
Eu vi – eu previ (=pret. perf. ind.)
Ele viu – ele previu
Eles viram – eles previram
Se eu visse – se eu previsse (=pret. imp. subj.)
Quando eu vir – quando eu previr (=fut. subj.)
Na linguagem coloquial, é frequente ouvirmos a frase: “Quando a gente se ver de novo…” O correto é: “Quando nós nos VIRMOS novamente…”
O desafio
O que é um palimpsesto?
a) papiro ou pergaminho cujo texto primitivo foi raspado, para dar lugar a outro;
b) retorno à vida, renascimento, regeneração;
c) distúrbio da fala devido à repetição constante e involuntária de palavras e frases.
Resposta:
Letra (a). Palimpsesto é “o papiro ou pergaminho cujo texto primitivo foi raspado, para dar lugar a outro” (=aquele que foi raspado duas vezes, que foi usado de novo).
Retorno à vida (renascimento, regeneração) é palingenesia; e o distúrbio da fala devido à repetição de palavras e frases é palilalia.
Dúvida do leitor
A fora ou afora?
AFORA deve ser escrito sempre junto:
a) “para o lado de fora” = “Saiu porta afora”;
b) “ao longo de” = “serviu-lhe pela vida afora”;
c) “com exceção de” = “Afora este caso, o restante está correto”;
d) “além de” = “Ela, afora ser bonita, é muito inteligente”
A FORA – Só escrevemos separadamente na expressão “de fora a fora” (=em toda a extensão): “Andou na fazenda de fora a fora”.