O que a genética e a astrologia têm em comum?

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Por Ademir L. Xavier Jr.

Parte 5 – Entretanto, a astrologia não foi praticada apenas de olho em possíveis aplicações práticas. Seu objetivo primordial era a revelação de fatos desconhecidos, o futuro das pessoas. Seu princípio básico era o de que uma pessoa nasce sob o signo de uma determinada “estrela”. Especificamente, o futuro de um indivíduo estaria de certa forma ligado à posição dos planetas no zodíaco. Essa ideia assume de uma forma explícita que a individualidade do ser humano (suas tendências, sentimentos etc.) está fixado pelos planetas no momento de seu nascimento. Implicitamente isso representa uma limitação ao livre-arbítrio do homem, já que este não está tão livre no momento da tomada de decisões, ou seja, alguma coisa, além de si próprio intervém tornando possível uma escolha em detrimento de outra. Ainda que se possa dizer no contexto moderno que os astros não influenciam diretamente uma determinada decisão particular, eles certamente fazem parte da imagem final do ser humano por terem moldado suas predisposições. Fundamentalmente isso contrasta abertamente com a tese espiritualista do ser que tem todos seu comportamento resultante de propriedades de sua essência última, o seu Espírito.

Substituamos agora “posição dos planetas” por “arranjos especiais dos genes” e teremos quase que a mesma coisa nas modernas interpretações do papel dos genes no comportamento humano. A predisposição celeste foi apenas substituída pela molecular, possivelmente quanto-mecânica em natureza, ainda que por meio de obscuras interrelações. Assim, tanto de acordo com a velha astrologia como por algumas interpretações da natureza humana nos estudos da moderna genética, no que diz respeito à individualidade humana e quanto ela pode ser fixada em seu destino, fomos inexoravelmente pré-programados desde a hora de nosso nascimento. A comparação se estende até no momento de se evitar este ou aquele comportamento: enquanto a astrologia pode sugerir a programação baseada na hora do nascimento – segundo a posição dos planetas no céu – na impossibilidade de se alterar essa posição, as extrapolações baseadas na genética sugerem a modificação no conteúdo hereditário das células mães em um esforço para alterar o comportamento. Ambas doutrinas também conferem ao ambiente um papel modelador importante, podendo alterar consideravelmente o script pré-programado.Continua. Muita Paz!!!

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