Em seu instigante livro “Where Go Live”, o médico Mendel Morse examina de modo ainda mais profundo essas polêmicas e pouco estudadas funções do lobo temporal. Em sua opinião, esse lobo seria a dádiva divina do homem, como interface para nos comunicarmos com a divindade, principalmente no lobo temporal direito, que como o cérebro direito dos ocidentais, é subutilizado em suas funções mais elevadas, deixando de produzir em nós a necessária introspecção e o contato com as coisas do espírito.
O filósofo e neurocientista Artur Mendel em seu “Toward a psychobioloy os transcende: God in the brain”, vai ainda mais longe, afirmando que “o reino dos céus pode ser encontrado no lobo temporal direito”, que o nosso meio biológico de nos comunicarmos com Deus é a memória universal. De acordo com Mendel, essa estrutura é como um receptor-transmissor, em vez de puro armazenador de memória, que recebe padrões energéticos e os interpreta ao nível do cérebro, decifrando seu próprio código de experiências pessoais.
O hemisfério cerebral esquerdo, ou lado verbal, funciona como um decodificador do mundo que experimentamos, dando-lhe sentido e interpretando-o de modo que tudo se torne coerente e compreensivo, gerando conhecimento de causas e ações permitindo-nos exprimi-las em palavras, o que cria impressão de unidade mental.
O hemisfério cerebral direito ou lado não verbal (silencioso), ao contrario, é o experimentados, que funciona como fonte de informações internas, pois traz, do mundo que experimentamos, percepções sentimentos e impressão que vêm antes das palavras.
Juntos os dois hemisférios são fontes de nossas experiências externas; são o reflexo de nossa consciência, que encontra sua máxima representação na fenomenologia da experiência, no processo simbólico, na linguagem em todos as formas de cultura.
Retirado do livro “A religião do cérebro”, de Raul Marinho Jr.
* Luís Fernando G. Vinhas é psicanalista, massoterapeuta, educador físico, equoterapeuta, terapeuta reike, palestrante e escritor. Atua em Teixeira de Freitas e região.
