O avião ainda é o meio de transporte mais seguro?

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Não simplesmente o mais seguro, mas também vem-se tornando o mais barato (quando se pensa em longas distâncias) e o mais popular. Estatisticamente dizendo, o avião apresenta apenas uma morte por cada 1 milhão de passageiro embarcados em número, o que é bem inferior às 200 mortes por milhão de passageiros do transporte realizado por rodovias (automóveis, ônibus e caminhão). Em termos de segurança, provavelmente, o único meio de transporte que ganha do avião é o elevador! Mesmo assim, nos sentimos muito inseguros na hora de voar, especialmente os marinheiros de primeira viagem, ou melhor, dizendo, os passageiros de primeiro voo. E a razão para isso é que os acidentes envolvendo aviões são sempre de natureza bastante catastrófica, não deixando sobreviventes. Uma busca no passado da aviação brasileira nos traz de volta a lembrança das 154 pessoas mortas no voo 1907 da Gol após o aparelho ter colidido com um jato executivo Legacy. Ou os 187 ocupantes mais doze pessoas em terra que morreram em decorrência do choque do Airbus A320 da TAM com um edifício na cidade de São Paulo. Ou ainda o avião A330-203 do Voo Air France 447 que em 31 de maio para 1º. de junho do ano de 2009 caiu e mergulhou no Oceano Atlântico levando consigo a vida de 12 tripulantes mais 228 passageiros! Lembranças tristes que causam, em todos nós, uma verdadeira aversão pelo transporte aéreo e um medo quase paralisante de voar. Ainda assim, estatisticamente falando, o avião continua sendo o meio de transporte mais seguro. Os aparelhos atuais, por exemplo, são verdadeiros computadores com asas. Projetados e construídos com cada vez mais precisão são dotados de uma série de sistemas que permitem o total controle das situações de voo. Seus radares podem “enxergar” outros aviões a quilômetros, e sistemas estabilizadores de voo tornam praticamente impossível que um aparelho seja derrubado por uma tormenta. Têm controles e sistemas duplos, o que duplica igualmente a segurança da tripulação e dos passageiros, isso sem querer mencionar todo o sofisticado controle em terra que consegue, eletronicamente, acompanhar os aviões da decolagem até a chegada ao destino final. Entretanto, é claro que nosso medo de voar é justificado – bem, como dizem muitos, se fosse para a gente voar, teríamos nascido com asas. Ora, não nascemos com asas, mas com um cérebro, olhos e mãos, e com essas três importantes ferramentas construímos nossas máquinas voadoras desde o 14-bis de Santos Dumont até os ônibus espaciais, que realizam as mais diversas missões (e por falar neles, dos cinco construídos, um explodiu em pleno ar e outro se desintegrou) – o que importa é que cansados de ficar no solo nós construímos nossas máquinas voadoras e dia a dia fazemos delas cada vez máquinas mais rápidas, eficientes e seguras, infelizmente, humanos como somos, não conseguimos prever tudo o que pode dar errado, e o recente sumiço do avião da Malaysia Airlines, que saiu de Kuala Lumpur em direção a Pequim no dia 8 de março e até agora não chegou, nos lembra que, por mais perfeitas que sejam nossas máquinas voadoras, o fator humano não é perfeito e erros, imprudência, imperícias ou simplesmente condutas mal-intencionadas podem ameaçar a segurança dos voos.