O antídoto para a alienação

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Interessante que em meio à discussão acerca de alienação trazida por meio de relatos de inúmeros fatos que ocorrem em nossa sociedade, percebe-se que nem sempre essas temáticas e exposições acerca desse assunto são bem aceitas por alguns leitores. Claro que, também, há os que recebem de bom grado as informações, até acrescentam suas opiniões reforçando a ideia ali expressa. Outros, ainda que discordem com um ou dois pontos, possuem o discernimento de analisar o todo do texto, o objetivo principal do mesmo, que, sempre é abrir os olhos da população ainda alienada sobre os mandos e desmandos dos quais são submetidos diariamente, sem muitas vezes, dar conta, e, assim, aceitam normalmente o conteúdo.

É obvio que ninguém detém o saber, ou a única opinião correta sobre alguma coisa, todavia, tais reflexões aqui levantadas são fruto de um conhecimento, uma vivencia com vários meios de comunicação, teóricos diversos, discussões acadêmicas ou das relações interpessoais, pois nada melhor que os saberes adquiridos com as experiências diárias. Sabe-se que só podemos criticar aquilo que conhecemos, logo, nenhum comentário aqui tecido é fruto de ‘achismos’, mas de investigação e análise da realidade circundante.

E, ao passo que analisamos nosso contexto, percebemos que as coisas não vão tão bem mesmo, que, realmente, a população é alienada. O problema está no fato de que todo alienado não se aceita como tal e não argumenta comprovando com seu discurso que realmente não o é. Ao contrário, emite opiniões vazias sobre o que pensa significar tal palavra. Quem não é sabe sua significação e também o que o faz não ser merecedor desta adjetivação, discute com sapiência assuntos variados, sendo capaz de nos convencer que realmente não está alheio a nada.

A verdade é que a alienação é percebida a partir do comportamento de cada sujeito perante as peculiaridades presentes na vida em sociedade. Somente assim pode-se dizer quem é ou não alienado. Sabendo que, alguém, após ouvir o que isto significa dificilmente aceitará assim ser conhecido, devemos ficar atentos aos sintomas da alienação… Claro que, uma vez constatados e o problema diagnosticado, aqueles que possuem o conhecimento de possíveis remédios podem prescrevê-los já, de imediato, evitando que o problema se agrave demasiadamente, tornando-se irreversível. Uma das medicações pertinentes neste tratamento é leitura crítica da realidade, aprender a ler analiticamente tudo a sua volta. Por exemplo, pode-se começar por algo fácil, o caráter da maioria de nossos políticos, ou melhor, a ausência dele. Será que há corrupção? Será que não há lavagem de dinheiro? Esses dossiês que circulam por aí dizem o quê sobre nossa Administração? Um líder deveria ou não mensurar suas palavras? Quais as atitudes esperadas quando elegemos um governante? Enfim, se informar e refletir sobre as informações são bons ‘antialienantes’.