O alface ou a alface?

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Vejamos algumas palavras que fazem parte do dia a dia, mas que nos deixam em dúvida quanto ao gênero, ou seja, não sabemos se são masculinas ou femininas. Quer um exemplo? Veja a palavra ALFACE.
Você diria: O ALFACE está bonito ou A ALFACE está bonita?
Guarde essa: a palavra ALFACE é feminina. Diga, portanto, que a alface está bonita e barata.
Outra palavra em que as pessoas tropeçam na hora de determinar o gênero é a palavra DÓ. Nada de dizer que você tem MUITA DÓ dos cachorrinhos abandonados. A palavra DÓ é masculina. Diga, portanto, que você tem MUITO DÓ, UM DÓ IMENSO…
Por fim, vamos comentar duas palavras que, por terminarem com a letra A, muitas pessoas acham que são femininas, mas não são. Estou falando de TELEFONEMA e PIJAMA.
Essas duas palavras são masculinas. Diga, então, que você vai dar UM TELEFONEMA para encomendar UM PIJAMA NOVO.
Ele possue ou ele possui?
Você já reparou que existem algumas palavras que, ao falar, nós não diferenciamos muito bem o E do I?
Isso não nos causa embaraço na hora de falar, já que o E e o I são mesmo muito parecidos. A vogal E átona geralmente é pronunciada como se fosse um I.
O problema é quando vamos escrever. Por exemplo, você acha que devemos escrever: Ele possue (com E) ou Ele possui (com I)?
Difícil? Então guarde essa dica: os verbos terminados em UIR, como possuir, excluir, substituir, constituir e outros devem ser escritos com a letra “i”. Escreva, então, com “i”:
Ele possui / exclui / substitui / inclui / constitui.
Como sempre existem verbos que alimentam nossos pesadelos. Tome cuidado com os verbos em que a terminação UIR vier depois de GU, em que o U é mudo, como seguir, conseguir, perseguir. Esses verbos devem ser escritos com E.
Escreva, então, com E:
Ele segue, persegue e consegue.
Meu óculos OU meus óculos?
É muito comum as pessoas ficarem em dúvida com a concordância da palavra “óculos”. Devemos dizer: Meus óculos quebraram OU Meu óculos quebrou?
E essa dúvida não é sem razão. Já que existem palavras, como “pires” e “lápis”, que apresentam a mesma forma para o singular (um lápis) e para o plural (dois lápis).
A palavra “óculos” poderia perfeitamente se encaixar nesse grupo.
O problema são os concursos que exigem o uso da palavra “óculos”, diferentemente de lápis e pires, SEMPRE no plural.
Segundo sua origem, é o plural da palavra “óculo”, trata-se de dois óculos ou de um par de óculos. É um caso semelhante a um par de sapatos, um par de meias e um par de brincos.
Segundo a tradição da nossa língua, você não deve dizer que comprou um óculos lindo ou que “meu óculos quebrou”, como a maioria dos brasileiros fala.
Assim sendo, em concursos, diga:
Meus óculos quebraram;
Comprei uns óculos novos;
Aqueles óculos escuros são lindos.
Duas metades iguais?
Com muita frequência ouvimos as crianças reclamando, ao dividir um bolo por exemplo, que a metade do irmão é maior que a delas. E pior ainda é a prova de matemática que pede ao aluno que divida a figura em duas metades iguais.
Você não vê onde está o problema nesses dois casos? Pense comigo, se são METADES são obviamente duas e se não fossem iguais, não seriam metades.
Falar de duas metades iguais é uma redundância desnecessária. A palavra metade já significa que algo foi dividido em duas partes iguais.
Outra redundância muito ouvida é o famoso ELO DE LIGAÇÃO. Todos os técnicos de futebol procuram “um elo de ligação” entre o ataque e a defesa de seu time. A redundância, nesse caso, reside no fato de que todo elo, por definição, é de ligação. A função básica e única do elo é fazer a ligação.
Bastaria, assim, o técnico contratar alguém para ser o elo entre a defesa e o ataque de seu time.