“Não sou candidato a mito ou salvador da pátria”, diz Eduardo Leite nas prévias

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Candidato às prévias do PSDB afirma que o Brasil precisa superar “a eleição do anti-isso contra o antiaquilo”

 (crédito: Itamar Aguiar/Governo/ RS)
(crédito: Itamar Aguiar/Governo/ RS)

“Não sou candidato a mito ou a salvador da pátria”, escreveu o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, em sua carta de inscrição às prévias do PSDB à disputa presidencial de 2022. Aos 36 anos, o gaúcho é o mais jovem a concorrer ao pleito tucano. No lançamento de sua campanha para a disputa partidária, em Brasília, Leite focou o discurso em “novas alternativas” e na igualdade, símbolo de sua campanha. Disse, ainda, que não irá atacar o ex-presidente Lula nem o presidente Jair Bolsonaro.

“Uma campanha não tem que ser contra um partido ou uma figura, mas temos que ter posições claras. A eleição do anti-isso, antiaquilo já se deu em 2018, e a gente viu para onde isso conduziu. Promoveu a divisão do país e desentendimento. Não podemos mais viver nesse clima. Nem Lula nem Bolsonaro já começam com a negação e devemos encerrar esse capítulo. Até para cometer erros, que sejam novos. O segredo da mudança está em construir o novo e não em destruir o velho”, afirmou.

O governador procurou esclarecer o seu perfil. “Não sou candidato a mito ou a salvador da pátria. Sou candidato a liderar a enorme potencialidade deste país, com sua gente e suas inúmeras riquezas, para que ele volte a ser aquilo que todos nós, em nossos corações, sabemos que ele pode ser”.

Ao ser questionado se teria uma vice-presidente mulher, como anunciou João Doria, ou mesmo LGBTQIA+, Eduardo Leite disse que o discurso do paulista não o antecede. “Assim como ele (Doria), participei de duas eleições majoritárias e, em uma delas, eu tive uma vice mulher, que, inclusive, hoje é prefeita de Pelotas. Não vi nenhuma nos governos de João Doria”, comparou.

Eduardo Leite acredita ser muito cedo para o que virá nas eleições. “Se olhássemos para este mesmo momento antes das eleições de 2018, todo o cenário era incerto. Muito se fala sobre os candidatos que polarizam os cenários e a probabilidade de vitória. Mas pouco se fala sobre a rejeição deles. A população se preocupa com a vacinação, com o desemprego, saber se a inflação vai permitir comprar carne. Vai ser a partir dos debates, nos quais a população poderá conhecer os candidatos aqueles que se conectam com seus sentimentos. Assim, o primeiro turno não sairá entre Lula ou Bolsonaro”, avaliou. Por Cristiane Noberto / Correio Braziliense