Não à subserviência!

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Certos estudiosos trazem a informação de que somos – povo brasileiro – o único povo no mundo que é classificado desde o adjetivo pátrio como trabalhadores. Isso decorre do fato de o sufixo -eiro servir para classificar profissões, aquele que faz algo (diga-se de passagem, temos o -ista também, porém, este é mais frequente nos nomes de profissões prestigiadas socialmente).
A informação que trazem é a de que ‘brasileiro’ foi a designação dada pelos colonizadores (portugueses) aos que trabalhavam com o pau-brasil, madeira que inspirou o nome de nosso país. Desta forma, asseveram que deveríamos ser chamados de ‘brasilenses’, a fim de acabar com este resquício de dominação que persiste em lembrar-nos que somos subalternizados, somos sub em muita coisa.
Tal informação suscita a ideia de que, talvez, por isso, inconscientemente, os brasileiros sejam não imanentes, omissos, aceitem tão facilmente os produtos de alienação utilizados pelo capital. É possível que tenham arraigados em seus seres a concepção de escravos do Capitalismo, a nação que trabalha para outrem. Hoje, não mais para Portugal, este aí fez e aconteceu, foi o maior conquistador de além-mar, entretanto, agora, não domina mais nada, perdeu a moral, não existem mais motivos para que ninguém escreva uma obra como Os Lusíadas, por exemplo, exaltar que feitos? Portugal? Ah! tá, aquele país que colonizou o Brasil. Porque essa história de descobrir ‘não cola’ mais.
Na atualidade, quem faz e acontece são os Estados Unidos da América, país que por uma série de razões econômicas tem o poder sobre os demais. Hoje, é a ele que o mundo serve, praticamente tudo gira em torno dos EUA, basta analisarmos qual idioma de maior prestígio na sociedade mundial: a língua inglesa (falada na terra do tio San). Claro que existe uma gama de fatores que fazem daquela nação a mandante, aquela que o povo brasileiro (lê-se os trabalhadores do Brasil) serve. Mas, não vale nem a pena citá-los, todos já sabemos desta historinha sobre capitalistas, “donos-de-tudo”, classe marginalizada etc.
É obvio que não somos os únicos que obedecemos às imposições implícitas ou explicitas de lá, entretanto, o fato de já trazermos em nosso nome [brasileiros] uma carga semântica ligada ao trabalho, faz de nós sujeitos diferenciados entre todos os outros submissos aos desmandos da superpotência, talvez eles nos vejam como mais competentes, pensem que já nascemos para isso, servir esta nas premissas da civilização brasileira.
Querem acreditar nisso? Tomara que não. Ao contrário, sabendo de tal informação, nós, todos os brasilienses, ou, brasileiros que seja, não aceitaremos a dominação. Aliás, por sermos trabalhadores em todos os sentidos, lutaremos com armas mais fortes pela emancipação de nosso povo. Porque a origem da organização social está no trabalho, o homem evolui através deste, o trabalho está ligado à formação cultural, política e ideológica de cada população. E, se somos trabalhadores per excelence, vamos à luta. Nada melhor que vencer os inimigos com aquilo que eles usam para tentar destruir-nos.