Mudanças já

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A história nos ensina que nenhum modelo se perpetua. Todos eles de alguma forma criam as suas bases, chegam ao apogeu e depois começam o processo de decadência. Foi assim com os faraós do Egito; o Império Romano; a influência dos gregos no mundo antigo; a Igreja Católica na Idade Média; o dito socialismo cubano e tantos outros exemplos que poderiam ser citados.
A história nos ensina que nenhum país ou as poderosas cidades estados como eram denominadas na antiguidade, comanda o mundo para sempre. Foi assim com os gregos, os egípcios, os romanos, os portugueses, os ingleses, os franceses e outros mais. Todos estes povos de certa forma influenciaram no contexto de cada época o mundo.
A história nos ensina que nenhuma marca ou produto é eterno. Diversas marcas ou produtos surgiram, fizeram sucesso e com o tempo desapareceram ou praticamente vivem quase que no esquecimento. Foi assim com a Rede Manchete, o creme dental Kolynos, as empresas Mesbla e Arapuã, os bancos Nacional, Real e Bamerindus, as empresas aéreas VASP e VARIG e tantos outros produtos.
Como a história nos ensina, pelo visto chegou a hora de encerramos mais um ciclo da nossa história. Refiro-me diretamente à nossa história política. Se tantos outros modelos chegaram ao fim, agora é a vez do nosso.
Nosso modelo se esgotou, com ele não há solução. É aquela velha história de querer ficar consertando uma casa antiga, chega uma hora que não dá mais, fica inviável. Nossa política tornou-se uma casa antiga que não suporta mais “puxadinhos”, consertos pontuais, pinturas sob pinturas que rapidinho começam a descascar.
Um dia fomos colônia, noutro império e agora república. Nosso período republicano também já passou por fases distintas, períodos mais democráticos e menos democráticos; períodos de ditadura e de fantasiosa democracia. Todos eles de certa forma encerram o ciclo.
O que vivemos precisa acabar, chegar ao fim. Precisamos dar início a um novo modelo de gestão, de se fazer política. Com novos métodos, novos nomes, novas posturas, leis que realmente direcionam. Precisamos encontrar um novo rumo.
Tenho visto nas redes sociais um apelo para a renovação total dos nomes que compõem nosso quadro político. Talvez seja uma boa saída, dar uma oxigenada na vida política das nossas instituições. Mas precisamos também rever nossa organização política e a relação dos poderes institucionais. Essa promiscuidade entre os poderes decretou o fim de tudo.
Nosso modelo está falido. Essa história de ficar engavetando as coisas ou de ficar jogando para debaixo do tapete as sujeiras não funcionam mais. O povo está cansado de ser continuamente explorado em nome de nada.
A casa precisa literalmente cair. Ser construída novamente. Precisamos de mudanças já! De um novo modelo que encarre os desafios da atualidade.
Walber Gonçalves de Souza é professor e membro das Academias de Letras de Caratinga e Teófilo Otoni.