Presidente da Câmara vê Lula em novo processo eleitoral e defende consenso em pautas no Congresso

“Nós temos pela primeira vez o presidente da República três vezes eleito desde a redemocratização do país, já caminhando para a sua quarta eleição, já em processo de reeleição”, disse Motta durante um evento promovido pela Comunitas sobre segurança pública, segundo a CNN Brasil.
Ambiente político polarizado
O parlamentar avaliou que a atual conjuntura é marcada por forte polarização, o que representa um obstáculo para o avanço de pautas relevantes no Congresso. Em sua análise, debates essenciais acabam sufocados por disputas ideológicas. “Tudo que se discute acaba nesse debate da radicalização, da polarização, tomando espaço de momentos para estar discutindo outras pautas importantes”, disse.
Entre os exemplos citados por Motta estão a repercussão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal e as sanções impostas pelos Estados Unidos a um ministro da Corte, fatores que, segundo ele, têm travado o andamento de matérias legislativas.
Sistema Único de Segurança Pública
No mesmo evento, o presidente da Câmara destacou a importância da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que cria o Sistema Único de Segurança Pública. O texto, de acordo com Motta, busca ampliar a integração e o financiamento de ações voltadas ao enfrentamento da criminalidade organizada.
“A PEC traz isso: cria o sistema único de segurança pública, permitindo maior integração no financiamento daquilo que o Brasil pode projetar para o futuro nesse enfrentamento contra o crime organizado”, explicou.
Relatoria técnica
Para garantir um debate mais técnico e menos ideológico, a relatoria da proposta foi entregue ao deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE). Motta defendeu a escolha, afirmando que a decisão teve como objetivo afastar a discussão das disputas político-partidárias.
“O intuito da Câmara, ao escolher o deputado Mendonça Filho como relator, foi primeiro fazer um debate distante da polarização política tão presente no país e, claro, dentro da Câmara — a casa com maior representação e, consequentemente, onde a radicalização grita mais forte”, completou.