Modelo atual de placas de veículos está com os dias contados

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O padrão de placas de veículos em vigor desde a década de 1990 já está com os dias contados. O atual sistema brasileiro de identificação de veículos deverá ser substituído em 2030.

Placas de três letras e quatro algarismos vão sofrer alterações em 15 anos.
Placas de três letras e quatro algarismos vão sofrer alterações em 15 anos.

Conforme projeções do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) de variáveis, com o crescimento maior ou menor do mercado brasileiro de veículos, a sobrevida máxima para o conjunto de alfanuméricos de três letras e quatro algarismos é de 15 anos se nada mudar na legislação e no ritmo de vendas, informa a reportagem do UOL.

A conta é a seguinte: as três letras e os quatro números permitem um total de 175.742.424 combinações (excluídas as 0000, que não são permitidas no País). Segundo o Denatran, 81.600.729 foram utilizadas até o fim de 2013. Restam 94.141.695.

Mas, se não é usada nem metade das combinações nos 24 anos de vigência do atual sistema, por que não temos garantidos mais uns 25 anos pela frente? O ponto-chave é que o número de emplacamentos de veículos acelerou na última década, com crescimento médio de 9,29% ao ano, e passou a devorar as combinações alfanuméricas muito mais rapidamente.

Um exemplo: em 2003 as vendas somaram 2,3 milhões de unidades; nos últimos quatro anos, rondaram a faixa de 5,5 milhões, ou 140% a mais (a conta inclui todo tipo de veículo motorizado). Assim, mesmo que o mercado automotivo fique estagnado nas próximas duas décadas, a “autonomia” das atuais placas não passaria de 17 anos a contar de 2014, esgotando-se exatamente em 2030.

Se o cenário se mantiver como o de um mercado em contínua expansão, com crescimento na casa de 2% em 2014 (baseado nas projeções da Anfavea, a associação das fabricantes nacionais) e média de 5% nos próximos anos, o esgotamento viria ainda mais cedo, daqui a 12 anos — em 2026, o ano em que, nessa projeção, o Brasil atingiria a impressionante marca de 10 milhões de veículos emplacados em um único ano.

O Código de Trânsito Brasileiro não permite a reutilização de placas. Mesmo que um carro saia de circulação, sua combinação de letras e números não será reaproveitada em outro veículo.

A UOL também questionou o Denatran sobre eventuais planos para substituir o atual modelo de identificação veicular. O órgão estima “entre 15 e 20 anos” de sobrevida para o atual sistema e afirma que os estudos ainda são incipientes — mas diz que a ideia é que se utilize tecnologia que permita agregar, em um único sistema, placa de identificação, numeração de chassis, documento do veículo e identificação do motorista. Uma prévia do que pode decorrer disso é o Sistema Nacional de Identificação Automática dos Veículos (Siniav), chamado pelo colunista Fernando Calmon de “RG do carro”.

Por meio de uma etiqueta eletrônica instalada no para-brisa ou vidro traseiro, e de antenas espalhadas em pontos estratégicos das cidades, o carro passaria a emitir dados em tempo real a uma central, possibilitando, entre outras ações, a identificação rápida de veículos roubados e/ou de circulação irregular (por exemplo, com multas e impostos atrasados). Fonte: Radar Nacional.