Ex-ajudante de ordens relatou que ex-primeira-dama pressionava aliados para impedir saída de Bolsonaro; grupo tentava manter ex-presidente no poder
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247 – A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro entrou em pânico ao ver a mudança da família sendo retirada do Palácio da Alvorada, no final de dezembro de 2022. O relato foi feito pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid em sua delação premiada, segundo informações divulgadas pela imprensa. De acordo com Cid, Michelle ficou desesperada com a iminente saída de Jair Bolsonaro do cargo e pressionava aliados para que tomassem alguma atitude.
“Quando ela viu a mudança saindo, ela quase pirou, entrou em pânico”, afirmou o ex-ajudante de ordens. Segundo ele, a ex-primeira-dama insistia para que pessoas próximas reagissem. “Ela falava pra gente fazer alguma coisa, tinha que fazer alguma coisa”, declarou Cid aos investigadores.
O depoimento também revelou a atuação de um grupo que resistia à transição democrática e discutia maneiras de manter Bolsonaro no poder. Entre os envolvidos, Cid citou o filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro, além de Magno Malta, Onyx Lorenzoni, Gilson Machado e o general Mário Fernandes.
De acordo com o ex-ajudante de ordens, Fernandes foi um dos mais ativos na tentativa de convencer militares a aderirem ao golpe. “Ele ia falar com generais, falava com o comandante do Exército, Freire Gomes, tentando convencê-los. Ele era muito ostensivo, escrevia nos grupos de WhatsApp militar sobre isso”, revelou. O depoimento indica que a postura insistente do general quase resultou em uma punição por parte do alto comando do Exército.