“Me senti agredida”, diz Marina após ser alvo de ataques machistas e misóginos em comissão do Senado

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Ministra do Meio Ambiente interrompeu audiência após ataques verbais de senadores e avalia medidas legais contra os parlamentares

Marina Silva e senador Marcos Rogério discutem durante audiência de comissão do Senado
Marina Silva e senador Marcos Rogério discutem durante audiência de comissão do Senado (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

Conteúdo postado por Paulo Emílio

247 – A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, interrompeu sua participação em uma audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado nesta terça-feira (27), após se sentir desrespeitada por integrantes do colegiado, destaca o Infomoney.

Durante o debate, que teve como pauta a criação de unidades de conservação no estado do Amapá, Marina protagonizou duros embates com senadores, a ponto de ser impedida de falar e alvo de comentários considerados ofensivos. “Eu me senti agredida fazendo o meu trabalho. Fui chamada para mostrar tecnicamente que as unidades de conservação, que estão sendo propostas para o Amapá, não afetam os empreendimentos”, declarou à imprensa, após deixar o local.

A ministra foi convidada a prestar esclarecimentos sobre os impactos das novas áreas protegidas, mas foi repreendida pelo presidente da comissão, o senador Marcos Rogério (PL-RO), que afirmou que ela deveria “se pôr no seu lugar”. A audiência, que se estendeu por cerca de quatro horas, tornou-se ainda mais tensa quando o senador Plínio Valério (PSDB-AM) reagiu às declarações de Marina sobre a importância do respeito às mulheres. Ele afirmou que “a mulher merece respeito, a ministra não”. Marina então lembrou um episódio anterior envolvendo o mesmo senador, que, após uma sessão no Senado, afirmou que tinha vontade de “enforcá-la”.

Em resposta, Marina exigiu um pedido de desculpas. Ao microfone, avisou: “Se o senhor não se desculpar, eu vou me retirar da audiência”. Como o parlamentar não recuou, ela abandonou a sessão. “Eu, graças a Deus, respeito todas as pessoas. Sempre procuro fazer o diálogo. Agora, o que nunca vão ter de mim é submissão”, afirmou. A ministra também comunicou que acionou sua equipe jurídica para avaliar medidas legais cabíveis contra os senadores envolvidos nas agressões.

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