O Dia das Mães, que no Brasil é comemorado sempre no segundo domingo de maio, nasceu a partir do sofrimento de uma filha norte-americana, no início do século XX, que entrou em forte depressão após perder sua mãe, e, suas amigas, a fim de amenizar sua dor, resolveram dar uma festa para homenagear a memória da mãe da jovem, gostou tanto da ideia, propondo que a homenagem se estendesse a mais mães, vivas ou não. E, deste então, a ideia foi sendo disseminada até que em 1914, o então presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, oficializou a data para 9 de maio.
No entanto, a data comemorativa vem tendo uma conotação bem diferente da que lhe foi dada quando de sua criação. O Dia das Mães se tornou mais um momento para aquecer as vendas dos diversos setores do comércio do país, onde o que se vê são comerciais exibindo belas mães, todas magras, com sorrisos de comercial de creme dental, cabelos impecáveis com suas crianças de beleza ímpar, bem educadas, estudiosas, extremamente afetuosas e por aí vai.
Tais comerciais estão para alienar a população e fomentar o consumismo, ao passo que entristece as milhões de mães reais que não se veem naquele comercial e, automaticamente, sentem-se excluídas ou não merecedoras de um presente daqueles, afinal, poucas mamães se enquadram nos perfis apresentados pela grande massa que quer vender e vender.
A mãe real poucas vezes é homenageada, quando tentam fazer isso, expõem produtos como máquina de levar, geladeira e fogão como ofertas para o Dia das Mães, restringindo a este incrível ser que cuida de toda uma família a um ser ‘coisamente’ doméstico, necessitado de aparelhos modernos para que agilize seus eternos afazeres diários e tenha um tempinho para, ao menos, possa ter tempo de ver novelas e seguir se alienando.
Não crítico, como sempre esclareço, aos que presenteiam nessas datas específicas, apenas abomino o oportunismo da imprensa e do comércio, que num ato de desrespeito com as pessoas reais, querem incutir em nossas mentes estereótipos, o que gera frustração em quem não consegue se vê ali. É preciso que o mundo se lembre que todo dia é dia das mães, dos pais, dos namorados. Presenteie quem você ama em dias comuns, quando ver algo que é cara de A ou B, e puder, leve e entregue acompanhado de um eu te amo, é muito mais belo, sincero e melhor do que, muitas vezes, adquirir dívidas, só porque sente-se obrigado a presentear a pessoa naquele dia, já que o ano inteiro é incapaz de fazê-la sentir-se lembrada e importante.