Indicação foi articulada por Davi Alcolumbre e aceita por Lula após recusa de Pedro Lucas; nome técnico deve reduzir tensões com o União Brasil

247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta quinta-feira (24) a nomeação de Frederico de Siqueira Filho, atual presidente da Telebras, como novo ministro das Comunicações, informou o Palácio do Planalto em nota.
A escolha de Siqueira Filho representa uma solução técnica para o impasse político que se formou após a recusa de Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) ao cargo.
Ele substituir Juscelino Filho, que deixou o cargo em 8 de abril após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção passiva e outros crimes relacionados ao desvio de emendas parlamentares, antes de assumir o cargo executivo.
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou e deu posse, na manhã desta quinta-feira, 24 de abril, ao engenheiro Frederico de Siqueira Filho no cargo de ministro das Comunicações. Frederico dirigia a Telebrás e sua indicação pelo União Brasil foi apresentada ao presidente Lula pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, o ex-ministro Juscelino Filho e o líder do União Brasil na Câmara, Pedro Lucas Fernandes, em reunião realizada na tarde da quarta-feira (23) no Palácio do Planalto. O encontro de ontem também contou com a presença da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann”, diz o documento.
A indicação partiu do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e foi apresentada a Lula em reunião realizada na quarta-feira (23), no Palácio do Planalto. Também participaram do encontro o ex-ministro Juscelino Filho, o próprio Pedro Lucas e a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
A escolha foi bem recebida pelo Planalto, que buscava uma alternativa que mantivesse a estabilidade política sem abrir nova crise com o União Brasil. Nos bastidores, a recusa de Pedro Lucas causou desconforto e chegou a levantar a hipótese de perda de espaço do partido na Esplanada, hipótese descartada após a intervenção de Alcolumbre.
Com essa decisão, o governo sinaliza uma preferência por interlocutores mais alinhados com o Executivo, como é o caso de Alcolumbre, em detrimento da ala do União Brasil mais distante do Planalto. Essa ala, que inclui o presidente do partido, Antonio Rueda, e o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, defende um afastamento do governo com vistas às eleições de 2026.