Confira artigo da jornalista Tania Malheiros sobre a tragédia nuclear que marcou o fim da Segunda Guerra Mundial

Durante a Segunda Guerra Mundial o Planeta assistiu à tragédia e ao horror provocados pelas bombas atômicas norte-americanas, que destruíram Hiroshima e Nagasaki, no Japão. A primeira era uma bomba de urânio, de 12 quilotons, lançada no dia 6 de agosto de 1945 sobre Hiroshima, cidade que, na época, estava com uma população de 350 mil habitantes. Sob os efeitos imediatos e posteriores à explosão, pelo menos 140 mil pessoas morreram até o final daquele ano. A explosão que ocorreu 510 metros acima do centro de Hiroshima, provocou um imenso clarão, cegando instantaneamente milhares de pessoas. Eram 8h15 da manhã (hora do Japão) e os Estados Unidos mostravam ao mundo a força invencível de sua nova arma: a bomba atômica.
Três dias depois, foi a vez do bombardeio de Nagasaki, que matou 74 mil pessoas de uma população total de 280 mil. A bomba de plutônio, de 22 quilotons, arrasou sete quilômetros quadrados da cidade. Foi às 11h02, a 507 metros do solo. Até hoje não há certeza absoluta quanto ao número de vítimas das bombas atômicas, porque a radiação pode provocar doenças crônicas, como o câncer, que se manifestam anos depois.
Última geração
Para lembrar o horror provocado pelas bombas e homenagear as vítimas, o Japão ergueu o Memorial da Paz, com fotos e imagens das cidades destruídas, de rostos e corpos deformados pela radiação. Recentemente, foi doado ao Museu um vídeo sobre a cidade de Hiroshima, dez anos antes do lançamento da bomba.
A última geração de sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki tem sido incansável em prestar depoimentos e continuar denunciando a tragédia. Há décadas, os “hibakusha” – (pessoas afetadas pela bomba”) – pedem o fim das armas nucleares. Segundo o Ministério da Saúde do Japão, existiam até 2020, cerca de 136.700 sobreviventes. Muitos eram bebês ou estavam sendo gestados quando as bombas devastaram as cidades.
Em 2020, eles tinham em torno de 80 anos e criaram o “No More Hibakusha Project”, que trabalha para preservar arquivos e depoimentos para as próximas gerações. Eles temem que o tema possa estar se perdendo. Para manter viva a memória da tragédia provocada pelas bombas, preocupados com o desaparecimento da memória coletiva, eles contam com a campanha de filhos, netos e demais familiares de sobreviventes.