“Se você garantir trabalho e educação, não tem o que segure este país”, afirmou o ministro da Fazenda em visita a obras da Dutra no Rio de Janeiro

O evento integra a agenda do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) e marcou a inspeção do andamento de uma das principais obras de infraestrutura do país, que já tem 25% de execução concluída. Ao relembrar uma visita feita ao mesmo local em 2006, quando ainda era ministro da Educação, Haddad citou o exemplo de uma escola técnica inaugurada naquele ano. “Eu vim em 2006 com o presidente Lula aqui para inaugurar uma escola técnica em um prédio abandonado que era uma grande indústria. Essa grande escola técnica, que em 2006 passou a funcionar, hoje tem 10 mil estudantes – em uma única unidade. Imagina em uma cidade com 40 mil habitantes ter 10 mil só em uma unidade de educação”, afirmou.
O ministro também reforçou a confiança na atual condução da política econômica. “Quando você vê que o mercado achava que o PIB brasileiro ia crescer 1% e o PIB cresce 3%, é surpresa para eles, mas não para nós que estamos trabalhando com o presidente Lula”, disse. E concluiu com uma fala emblemática sobre o papel da educação e do emprego: “A pessoa tem que acordar e saber para onde ir. Ela tem que ir ou para uma escola, ou para uma faculdade, ou para um posto de trabalho. Mas com um livro na mão e uma carteira de trabalho, ninguém pode com o povo brasileiro”.
Modernização da Dutra e geração de empregos
Com investimento de R$ 1,5 bilhão, a duplicação da Dutra no trecho da Serra das Araras é considerada uma intervenção estratégica para a mobilidade e segurança entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo. A nova estrutura, que contará com 16 quilômetros modernizados, prevê quatro faixas por sentido, faixas de segurança, acostamentos e duas rampas de escape. A expectativa é de que a subida no sentido São Paulo esteja concluída até 2028 e a descida, rumo ao Rio, em 2029.
O impacto logístico será expressivo: com a nova estrutura, a velocidade média no trecho poderá chegar a 80 km/h, reduzindo o tempo de subida em 25% e o de descida em até 50%. Além disso, o projeto prevê a construção de 93 contenções, três novas passarelas, oito pontos de ônibus e melhorias em 14 acessos à rodovia, além de uma via marginal no sentido São Paulo, facilitando o deslocamento interno e a mobilidade das comunidades próximas.
Financiamento inovador e impactos econômicos
A obra também vem se destacando pelo volume de empregos gerados. Mais de dois mil postos de trabalho diretos já foram criados e a expectativa é alcançar até cinco mil, considerando também os empregos indiretos. Segundo o governo, isso demonstra como grandes obras de infraestrutura podem dinamizar a economia local e regional.
O financiamento da duplicação foi viabilizado por meio de uma emissão histórica de debêntures incentivadas realizada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Trata-se da maior operação do tipo já registrada no Brasil, viabilizando um projeto que alia inovação financeira a impacto social e logístico, com ganhos concretos para o transporte de cargas e o deslocamento de pessoas.
Com discurso centrado na valorização das pessoas e na recuperação da confiança na economia brasileira, Haddad sintetizou o espírito da visita ao afirmar: “Se você garantir trabalho e educação, não tem o que segure este país”.