Projeto de conexão entre os continentes europeu e americano é avaliado como iniciativa estratégica de transporte e integração econômica

Segundo o executivo, o estudo técnico e econômico envolve especialistas em infraestrutura, transporte e energia de várias instituições russas e internacionais. A ideia é avaliar tanto o impacto logístico quanto as possibilidades de cooperação entre os dois países em áreas como comércio, transporte de cargas e turismo.
Projeto intercontinental de integração
O plano prevê a criação de um túnel subaquático passando pelo Estreito de Bering, entre a península russa de Chukotka e o Alasca, com cerca de 100 quilômetros de extensão. Caso seja concretizado, o túnel se tornaria uma das maiores obras de engenharia do século, conectando as malhas ferroviárias da Eurásia ao continente americano.
Autoridades russas consideram o projeto uma alternativa estratégica para o fortalecimento da conectividade global, em linha com iniciativas como a Nova Rota da Seda. Além do aspecto econômico, a proposta é vista como um gesto diplomático que poderia promover cooperação em tempos de tensão geopolítica.
Aspectos técnicos e ambientais
Os estudos analisam as condições geológicas e climáticas extremas da região do Estreito de Bering, um dos locais mais frios e inóspitos do planeta. A construção enfrentaria desafios significativos, como o gelo marinho, o permafrost e a instabilidade sísmica.
Segundo especialistas citados pela Sputnik, a obra exigiria o uso de tecnologias avançadas de perfuração, energia limpa para operação e proteção ambiental rigorosa, dado o ecossistema sensível do Ártico. O túnel também precisaria de investimentos bilionários e um acordo político de longo prazo entre Moscou e Washington.
Um projeto simbólico
Embora ainda em fase preliminar, o projeto Rússia–Alasca carrega forte simbolismo. Ele representaria não apenas um feito de engenharia, mas também um elo físico entre dois continentes historicamente separados por rivalidades políticas.
O diretor do fundo afirmou que “a integração física entre os continentes poderia abrir novas perspectivas de cooperação econômica, científica e tecnológica”. O governo russo ainda não confirmou uma data para a conclusão dos estudos, mas o tema já desperta interesse em fóruns internacionais sobre infraestrutura e desenvolvimento global.