Filha de médico que teve assinatura fraudada em laudo falso exige inelegibilidade de Marçal

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Carla Maria de Oliveira Souza, filha do médico falecido José Roberto Souza, pede que os votos destinados ao candidato sejam suspensos ou anulados

Pablo Marçal
Pablo Marçal (Foto: Reprodução/YouTube/Flow News)

247 – Carla Maria de Oliveira Souza, filha do médico falecido José Roberto Souza, entrou com uma ação popular ontem, pedindo a inelegibilidade do coach de extrema direita Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo, após este publicar um laudo com uma assinatura falsa de seu pai. O documento, divulgado por Marçal, alegava uma suposta internação do candidato Guilherme Boulos (Psol) por uso de cocaína, em uma tentativa de prejudicar o adversário nas eleições.

A ação, segundo o UOL, protocolada no final da tarde do sábado (5), alega falsidade ideológica por parte de Marçal e solicita que sua candidatura seja impedida antes do primeiro turno das eleições, que ocorre neste domingo (6). Carla Maria, junto com o advogado Felipe Torello Teixeira Nogueira, pede que os votos destinados ao candidato sejam suspensos ou anulados, caso já tenham sido computados. A ação foi sorteada para a juíza Luiza Barros Rozas Verotti, da 13ª Vara de Fazenda Pública.

O laudo questionado foi submetido à perícia, que identificou “discrepâncias” em relação aos documentos oficiais do médico, que faleceu em 2022. O exame grafotécnico, que comparou a assinatura no laudo falso com documentos originais, como passaporte e fichas de identificação civil, revelou que a assinatura foi produzida de maneira mais lenta e com menor habilidade gráfica. Além disso, o número do RG atribuído a Boulos no documento possui dois dígitos a mais que o padrão de São Paulo.

Ana Garcia de Souza, outra filha de José Roberto Souza, também se manifestou publicamente, reforçando que a assinatura no laudo é falsa e que seu pai jamais trabalhou na clínica citada por Marçal. Especialistas consultados pela reportagem afirmam que a ação está na esfera cível, mas, dependendo do desdobramento, poderá ser levada à Justiça Eleitoral.

A Polícia Federal já incluiu o caso do laudo falso em um inquérito que investiga outras acusações feitas por Marçal contra candidatos à Prefeitura de São Paulo. “Essa nova representação foi juntada em inquérito instaurado em setembro, aberto a partir de outra acusação do candidato Guilherme Boulos”, disse o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.

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